Os apoiantes de Paulo Rangel já têm as assinaturas necessárias para convocar o órgão máximo a quem competirá votar a antecipação do congresso de janeiro para dezembro.Tudo para que o líder que vier a ser eleito a 4 de dezembro esteja em plenas funções para elaborar as listas de candidatos a deputado e apresentar-se em eleições no início do ano. Dizem os estatutos do partido que é preciso pelo menos um quinto dos conselheiros pedirem uma reunião extraordinária e os conselheiros de Rangel já terão 70 assinaturas, mas primeiro é esperar que Orçamento seja votado e Marcelo desencadeie, de facto, o processo de convocação de eleições antecipadas.
Caberá agora ao presidente da Mesa, Paulo Mota Pinto, dar seguimento ao requerimento e convocar o órgão máximo do partido entre congressos, coisa que deverá acontecer nas próximas semanas. Diz o regulamento interno que tem 15 dias para o fazer, salvo "se outro prazo mais curto for requerido".
A ideia dos apoiantes de Paulo Rangel é antecipar o congresso para o fim de semana de 17 e 18 de dezembro, em vez de 15 e 16 de janeiro como estava previsto. Isto para evitar perder tempo entre a eleição do líder, a 4 de dezembro, e a tomada de posse formal da direção do partido.
Só com a tomada de posse formal dos órgãos de direção é que o partido estará em condições de aprovar as listas de candidatos a deputados com que se vai apresentar a legislativas. Ao Expresso, José Matos Correia, apoiante de Paulo Rangel, confirma a necessidade dessa antecipação afirmando que ninguém comrpeenderia que o PSD não o fizesse.
"Ninguém entenderia que o partido nao tomasse a decisão de antecipar a realização do congresso e que aguardasse mais de 30 dias para empossar a direção", diz, falando em nome da candidatura de Paulo Rangel e sublinhando, no entanto, que Rangel não vai queimar etapas. "Este tempo é o tempo da clarificação orçamental, até ao fim da tarde confirmamos se há chumbo do Orçamento e, se houver, terá de haver eleições antecipadas", acrescenta.
Certo é que, nos bastidores, vão correndo exemplos de congressos que decorreram 15 dias depois das diretas: aconteceu não só na sucessão de Manuela Ferreira Leite, em 2010, como na eleição de Luís Filipe Menezes, em 2007.
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