Política

Marcelo já vê "uma coisa positiva" em eleições antecipadas: "Ser o povo a dizer o que pensa"

Marcelo já vê "uma coisa positiva" em eleições antecipadas: "Ser o povo a dizer o que pensa"
PEDRO NUNES

Presidente da República começa a mudar o discurso sobre as eleiçõe antecipadas que tudo fez para evitar: "Há uma coisa que é positiva. É devolver a palavra aos portugueses para que eles digam o que pensam da futura Assembleia da República". Sobre o encontro com Rangel, Marcelo aconselhou foco no que é mais importante, diz nao ter preferências para o PSD e citou um dito minhoto: "Dança-se com quem está na roda"

Marcelo já vê "uma coisa positiva" em eleições antecipadas: "Ser o povo a dizer o que pensa"

Ângela Silva

Jornalista

Marcelo Rebelo de Sousa desmentiu esta quarta-feira ter feito diligências de última hora junto do PSD/Madeira para viabilizar o Orçamento de Estado, garantindo "só" ter insistido "com os dois partidos que, à esquerda, podiam ser a chave" para evitar a crise. A aguardar a votação no Parlamento, o Presidente insistiu que "preferia que o OE passasse" mas sublinhou que "qualquer decisão é democrática" e começou a preparar o discurso para a convocação de eleições antecipadas, em que até já viu "uma coisa positiva".

"Há uma coisa que é positiva. Se a Assembleia da República entender que não está em condições de aprovar um Orçamento de Estado, é positivo devolver a palavra aos portugueses para que eles digam o que pensam. Fica-se a saber a vontade dos portugueses sobre a constituição de uma futura Assembleia da República que aprove um novo Orçamento de Estado".

"É menos positivo do que haver um OE já", ressalvou Marcelo, explicando que "a diferença entre o já e o depois é de tempo perdido". "Mas - insistiu - é positivo ser o povo português a dizer o que pensa".

Questionado pelos jornalistas, no final de uma visita a uma fábrica automóvel em Cacia, Aveiro, sobre o encontro que teve na véspera com Paulo Rangel e que mereceu duras críticas de Rui Rio, o Presidente começou por sugerir foco "no que é importante: a aprovação de um Orçamento de Estado e a eventual dissolução do Parlamento". Mas não fugiu à questão, lembrando que "O Presidente da República é como é".

"Recebo toda a gente, pedem-me audiências e eu recebo. Faço isso há seis anos", afirmou, argumentando que Rangel lhe pediu "uma audiência de cortesia", que "esta era a melhor altura, antes da votação de hoje" e lembrando que em momentos "cruciais da crise" já ouviu "o Presidente do PSD", que voltará a ouvir.

Marcelo garantiu que enquanto Presidente "não se imiscui na vida interna dos partidos" nem tenciona "preferir um candidato ao outro" na disputa interna que irá decorrer pela liderança do PSD. Mas citou "um dito minhoto" para sublinhar que conviverá com quem vier e convive com quem está em cena - "Dança-se com quem está na roda política, económica e social".

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