O número estava programado. À saída do plenário, António Costa esperou por todos os seus ministros e ministras antes de falar aos jornalistas. Numa marcha de fim de ciclo, saíram do Parlamento como ainda não tinham saído depois da votação de um Orçamento: derrotados pelos antigos parceiros. A queda do Governo de António Costa, provocada pelo chumbo do Orçamento do Estado ficará para a história. Mas todos os protagonistas estão já a pensar no dia seguinte e em como poderão ter ganho numas eleições antecipadas pré-anunciadas. A começar por António Costa.
O primeiro-ministro não tinha o discurso escrito, mas nada do que disse foi improvisado. A linha do que ia dizer estava traçada e tinha começado a sê-lo no dia anterior. Se nos discursos e respostas de terça-feira preparou terreno, dizendo que era com o PS e com a esquerda que havia estabilidade governativa, no discurso de encerramento, que decidiu fazer pela primeira vez desde que é chefe de Governo, acabou a pedir uma "maioria reforçada, estável e duradoura numa próxima sessão legislativa”.
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