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Rangel vs Rio: como se cruzaram as vidas do “leal colaborador” e do “revolucionário da ética”

Ainda aliados, na campanha das europeias em 2019, que não correu bem a nenhum dos dois
Ainda aliados, na campanha das europeias em 2019, que não correu bem a nenhum dos dois
Rui Duarte Silva

Rangel chegou a escrever que Rio protagonizava uma “refundação ética da política”. História paralela de dois homens que nunca almoçaram sozinhos

Rangel vs Rio: como se cruzaram as vidas do “leal colaborador” e do “revolucionário da ética”

Vítor Matos

Jornalista

Paulo Rangel não teve férias em agosto de 2001. Passou um mês a transformar 900 páginas de contributos num programa estruturado de 30 folhas, para servir um candidato que não imaginava ganhar: Rui Rio. O adversário: Fernando Gomes, o socialista ‘imbatível’ à Câmara do Porto. O jovem professor universitário, de 33 anos, tinha sido escolhido para relator do programa coordenado pelo ex-ministro Valente de Oliveira e por José Pedro Aguiar-Branco, compagnon de route de Rio desde a JSD. Em dezembro, Rui Fernando da Silva Rio, então com 44 anos, ganhava contra tudo e contra todos. Os dois homens que agora vão disputar a liderança do PSD, iniciavam então um caminho paralelo: Rio como figura nacional e Rangel a começar a crescer na órbita do PSD.

Antes de ser recrutado para a equipa, o académico — que militara no CDS entre 1996 e 1999 —, já fazia parte do Conselho Consultivo e de Opinião do PSD no Porto, apesar de não ser filiado no partido (a que havia de aderir em 2005, quando concorreu a deputado). Rio apreciava-o. Sabia-o jurista de qualidade e boa pena, erudito e uma figura em ascensão na cidade. Rangel admirava-lhe o rigor germânico, as contas certas e a atitude ética. Ambos falavam alemão. Tê-lo-á sondado para funções na câmara ou no gabinete, mas Rangel tinha a sua carreira académica e a sociedade de advogados — e percebia que, a médio prazo, podiam não ser compatíveis.

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