Catarina Martins foi a primeira a aludir à imagem do “balde de água fria”, quando o Orçamento do Estado (OE) para 2022 foi apresentado. Passada mais de uma semana, Pedro Filipe Soares recupera essa ideia e alarga-a às propostas que o Governo entretanto apresentou. “Exigimos, para lá das conversas, redações [das propostas]. E quando as vemos, são sempre mais recuadas do que falámos nas reuniões”, disse em entrevista à Antena 1, esta manhã. Conclusão: “temos sempre um balde de água fria”.
Depois de na quarta-feira o líder da bancada parlamentar do PCP, João Oliveira, ter dito que o Governo admitia aproximação em algumas propostas comunistas - notando, porém, que um “anúncio de intenções serve de pouco” -, o homólogo do Bloco de Esquerda garante que, em relação aos bloquistas, nem isso. “Não temos essa perceção” de abertura.
Mais do que isso, o Governo, e em particular António Costa, “parece não ter vontade de negociar”. Para os bloquistas, mesmo no OE do ano passado, a que o partido se opôs, havia mais abertura de Costa. Porque é que este ano é diferente? “São insondáveis os seus desígnios”, respondeu Filipe Soares.
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