Na primeira vez que surge em público depois de ter feito sair um comunicado a anunciar a sua recandidatura à liderança do PSD, Rui Rio explica que avança para uma nova candidatura por uma questão de "convicções" e por "colocar o país em primeiro lugar". "É-me completamente indiferente quem parte em vantagem, nem andei a contar, isto tem a ver com convicções. Tenho obrigação ou não tenho obrigação? Devo colocar em primeiro lugar o país", disse em resposta aos jornalistas na sede do PSD, no final de um encontro com o Comité Olímpico de Portugal.
Questionado sobre o facto de o Conselho Nacional ter chumbado a sua proposta de adiamento das eleições diretas, num sinal de que o partido deu mais razão a Paulo Rangel, Rui Rio desvalorizou esse entendimento: "O que aconteceu no Conselho Nacional não tem a ver com vitória ou derrota, foi uma divergência. E a divergência consiste no facto de, em situações normais, o congresso devia ser em fevereiro, mas como tivemos autárquicas em setembro, entendi que talvez fosse melhor antecipar o congresso porque não valia a pena esperar tanto tempo até fevereiro".
A questão foi que, horas depois do envio da proposta de datas, o BE e o PCP deram sinais de que poderiam chumbar - a sério - o Orçamento do Estado e isso levou a uma inversão de marcha por parte do líder do PSD. "O que fomos ao Conselho Nacional fazer foi dizer para ponderarmos porque tudo pode ser mais sério e o PSD fica numa situação difícil se o OE chumbar e estivermos em eleições internas", disse, com o que pode ser visto como um puxão de orelhas aos conselheiros nacionais: "Isto explicado a 10 milhões de portugueses, não há ninguém que não entenda isto - era melhor esperar".
Para Rui Rio, aos conselheiros nacionais do PSD "mandava a prudência e o bom senso, a serenidade e o interesse do partido que se esperasse para ver o que vai acontecer e, depois, em função disso, marcar tranquilamente uma data". Mas será que Rui Rio vai voltar a propor conselho nacional e adiamento das diretas? "Cada coisa a seu tempo - vamos ver se é chumbado ou não" o OE2022, disse Rio. Para já, "vou-me concentrar na apresentação da candidatura e na discussao do OE".
Já quanto à corrida interna, o ainda líder reitera: "É-me completamente indiferente quem parte em vantagem (...). Na minha vida ja ganhei muitas eleições, a maioria dos militantes são homens e mulheres livres e que vão votar em função do que acham melhor para o pais".
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