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Ex-Presidentes pressionam Marcelo, “o estabilizador”

Cavaco vê Portugal amordaçado. Marcelo diz que quando deixar Belém não fará política
Cavaco vê Portugal amordaçado. Marcelo diz que quando deixar Belém não fará política

Eanes e Cavaco engrossam a voz sobre a situação. PR não exclui ser “estabilizador a mais”. Se houver crise política exigirá, como Cavaco, um acordo escrito?

Ex-Presidentes pressionam Marcelo, “o estabilizador”

Ângela Silva

Jornalista

Se posso ser acusado de alguma coisa é de ser estabilizador a mais.” A frase é de Marcelo Rebelo de Sousa na sua mais recente entrevista (a Miguel Sousa Tavares, na TVI) e traduz aquilo que leva muita gente, sobretudo à direita, a criticá-lo por nunca ter engrossado suficientemente a voz ao Governo socialista cuja estabilidade ajudou a garantir. Não é líquido que esta última frase sobreviva às ameaças de crise política que pairam no horizonte, mas aconteça o que acontecer ao Orçamento do Estado, a verdade é que nas últimas semanas, sem nunca se referirem ao desempenho do atual chefe de Estado, dois dos seus antecessores, Ramalho Eanes e Cavaco Silva, vieram inesperadamente apontar falhas graves à situação política, numa clara chamada de atenção ao próprio Presidente da República (PR).

Eanes abordou a situação das Forças Armadas (de que Marcelo Rebelo de Sousa é chefe supremo), e o que disse é quase revolucionário. Falou de uma “governamentalização” e até de “partidarização” nas Forças Armadas e antecipou riscos de ameaça “ao cerne espiritual” da instituição, “à lealdade de todos os militares à ética das Forças Armadas e à fidelidade incondicional à democracia e à nação”. Um quadro que, a confirmar-se, deixaria em xeque a autoridade do chefe supremo, a quem cabe, não só zelar pelo normal funcionamento das instituições, como garantir a independência da instituição militar.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt

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