Política

Saem Medina, Lobo e Ucha, entram Drummond, Anastácio e Rosas. A nova composição da vereação do PS em Lisboa

Saem Medina, Lobo e Ucha, entram Drummond, Anastácio e Rosas. A nova composição da vereação do PS em Lisboa
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Derrota do PS em Lisboa altera planos dos integrantes da lista e provoca dança de cadeiras. João Paulo Saraiva, que fez o mandato anterior pelo movimento Cidadãos por Lisboa, será o número um do PS na Câmara

Anunciada na terça-feira, numa carta enviada à Assembleia Municipal a que o Expresso teve acesso, a saída de Fernando Medina do lugar de vereador sem pelouro na Câmara de Lisboa não é caso único. Da lista da coligação “Mais Lisboa”, que juntou PS e Livre, além de independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (CpL), há mais duas saídas, apurou o Expresso: a número dois, Inês Lobo, que faz com que ascenda a líder do PS na autarquia o ex-CpL João Paulo Saraiva, que foi vice de Medina nos últimos quatro anos, e ainda a número quatro, Inês Ucha.

A inesperada derrota do PS em Lisboa nas eleições autárquicas alterou os planos pessoais e profissionais dos integrantes da lista. Fernando Medina decidiu encerrar um ciclo de quase uma década na capital, primeiro como vice de António Costa, a partir de 2013, e depois na liderança da autarquia, entre 2015 e 2021. Disse que o faz para abrir espaço a quem se segue. “A minha saída da câmara municipal facilita a vida aos futuros órgãos da autarquia, reduzindo o nível de pessoalização do debate e concentrando a discussão política na procura de soluções para os desafios do futuro.”

Segundo notícia avançada pelo jornal Público, e confirmada pelo Expresso, o ex-autarca regressa ao lugar que ocupava na AICEP, entidade pública, antes de assumir funções políticas.

Tendo o PS conseguido eleger sete vereadores, esta saída faz subir a oitava da lista, Inês Drummond, ex-presidente da Junta de Freguesia de Benfica e, nos últimos meses, assessora do gabinete de Medina. Era um nome que os socialistas contavam eleger — há quatro anos, o PS venceu sem maioria e ficou com oito lugares de vereação.

A número dois da lista também não fica. A arquiteta Inês Lobo era tida como um dos trunfos da candidatura de Medina, que lhe tinha destinado o destacado pelouro do urbanismo. Perdida a oportunidade, Inês Lobo voltará ao ateliê de arquitetura que fundou em 2002 e a que dá nome. Assim sendo, o líder socialista na autarquia é o regressado João Paulo Saraiva, que fez todo o mandato anterior pelo movimento CpL e que está de volta ao PS.

A arquiteta tem histórico na cidade, nomeadamente por ter sido o seu ateliê um dos escolhidos para fazer parte da bolsa de 20 a que a autarquia recorria para construir habitação para o Programa Renda Acessível, selecionada pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Lisboa Ocidental, à época comandada por Manuel Salgado. Hoje a presidência da SRU é de Inês Ucha. E essa é a terceira renúncia da lista.

Substituindo Salgado em fevereiro deste ano, Ucha era o nome escolhido por Medina para o pelouro das Obras e Habitação, o que a faria deixar a SRU. Apesar de agora sair da vereação, não é certo que mantenha o cargo na empresa municipal responsável pela maioria das obras camarárias na cidade.

Ao contrário do primeiro caso, em que sobe o nome seguinte da lista, as saídas de Lobo e Ucha são colmatadas por dois nomes mais abaixo: Pedro Anastácio, presidente da Distrital da JS Lisboa, número 11 da coligação, e Cátia Rosas, número 12, que integrou gabinetes de secretarias de Estado do Ambiente e da Educação nos mandatos de António Costa.

A composição da vereação do PS fica assim constituída por João Paulo Saraiva, ex-vereador dos Recursos Humanos e Finanças, Paula Marques, do CpL, e até aqui vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local, Miguel Gaspar, vereador do último executivo da Mobilidade, Segurança, Economia, Inovação e Proteção Civil, e os já referidos Inês Drummond, Pedro Anastácio e Cátia Rosas.

A estes acresce o nome de Rui Tavares, eleito pelo partido Livre na coligação Mais Lisboa, que fica assim com um lugar de vereação autónomo.

Nota: alteração no último parágrafo, separando o vereador Rui Tavares, eleito pelo partido Livre, dos restantes integrantes da coligação pré-eleitoral Mais Lisboa

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