Depois de ter sido anunciado pelo líder parlamentar do CDS como o substituto de Ana Rita Bessa na bancada, Sebastião Bugalho afinal rejeitou o convite e não vai assumir o lugar. "As circunstâncias políticas (do CDS) não são as mesmas que existiam ao tempo em que me foi feito o convite e não são conciliáveis entre si", justifica referindo-se ao facto de ter aceitado integrar as listas de candidatos a deputados pela mão de Assunção Cristas e não do atual líder do partido.
"Após 48h de reflexão, informei [o líder parlamentar] da minha indisponibilidade para assumir o lugar de deputado na Assembleia da República. Reiterando o respeito que tenho pelos eleitores e pelo partido que me convidou a integrar as suas listas, noutra circunstância, com outra direção, não tomarei posse na próxima semana. As circunstâncias políticas (do CDS) e profissionais (minhas) não só não são as mesmas que existiam ao tempo em que me foi feito o convite, como não se aparentam conciliáveis entre si", justificou o ex-jornalista e comentador televisivo numa nota enviada aos deputados do CDS.
Na sequência da saída de Ana Rita Bessa, que decidiu sair e que se despede esta quinta-feira,Telmo Correia acabaria por tornar público que Sebastião Bugalho iria assumir o lugar de deputado na próxima semana. Na verdade, na lista de deputados por Lisboa surge primeiro a ex-deputada Isabel Galriça Neto, que recusou regressar ao Parlamento por ter sido eleita para a Assembleia Municipal de Lisboa na lista de Carlos Moedas, seguindo-se então Sebastião Bugalho, que iria como independente, não sendo filiado no CDS e assumindo-se como crítico da atual direcção de Francisco Rodrigues dos Santos.
"O líder de bancada, Telmo Correia, contactou-me para me informar disso mesmo e para aferir a minha disponibilidade. Passava a estar nas minhas mãos. A sua correção, seja no respeito pela minha independência (não sou militante do CDS), seja pelos desafios profissionais que tenho assumido, foi irrepreensível. Declarei-me honrado e não escondi o meu profundo respeito pelo parlamento, pela história do CDS-PP e pelo seu grupo parlamentar", diz ainda Sebastião Bugalho antes de assumir a indisponibilidade. "Foi uma decisão difícil para quem, como eu, não concebe função mais digna do que a de representante do povo", diz ainda.
Os nomes que se seguem na lista de deputados do CDS pelo círculo de Lisboa são: Diogo Moura, eleito no domingo como vereador de Carlos Moedas; Orísia Roque, histórica militante centrista; Miguel Arrobas, ex-nadador olímpico; Eunice Baeta, que nestas autárquicas foi candidata a presidente da Assembleia Municipal de Sintra pela Iniciativa Liberal; seguindo-se, por fim, Nuno Gusmão, candidato à Câmara de Oeiras pelo CDS.
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