Política

Autárquicas: CDS diz que se PS necessita de justificar vitória "é porque não ganhou"

Autárquicas: CDS diz que se PS necessita de justificar vitória "é porque não ganhou"
PEDRO NUNES

O deputado o CDS referiu que os eleitores "mostraram também um cartão amarelo a primeiro-ministro, António Costa, que confundiu muitas vezes as funções de primeiro-ministro e as funções de secretário-geral do PS"

O deputado Pedro Morais Soares, do CDS-PP, defendeu hoje que, se o PS necessita de apresentar "justificações de que ganhou" as eleições autárquicas, "é porque não ganhou", e considerou necessária uma reforma da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Quem justifica uma vitória é porque não ganhou. Quem necessita de apresentar aqui justificações de que ganhou algo, não ganhou", afirmou o deputado no período de declarações políticas, na Assembleia da República.

Pedro Morais Soares defendeu que "quem ganha é claro e não foi o caso do PS, justificações atrás de justificações para dar uma vitória que não existiu para o PS".

"Justificou, justificou, justificou, justificou, acrescentou números, números e mais números, quase chegávamos às 700 câmaras municipais", ironizou o centrista.

Falando do caso de Lisboa, em que a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, encabeçada por Carlos Moedas ganhou a Câmara Municipal, Pedro Morais Soares salientou que "a vitória do centro-direita em Lisboa" pôs "fim a 14 anos de governação socialista".

"Esta derrota do PS foi derrota estrondosa", defendeu, apontando que os "eleitores mostraram um cartão amarelo às sondagens" que "procuraram desanimar e desmerecer a candidatura encabeçada pelo engenheiro Carlos Moedas".

O deputado o CDS referiu que os eleitores "mostraram também um cartão amarelo a primeiro-ministro, António Costa, que confundiu muitas vezes as funções de primeiro-ministro e as funções de secretário-geral do PS" e "fez do PRR e da bazuca europeia bandeiras de campanha".

"Os eleitores rejeitaram a soberba, prepotência e arrogância com que o PS se apresentou a estas eleições, desde logo em Lisboa onde o PS dava como garantida a eleição", frisou, considerando que "nem as coligações pré-eleitorais que o PS estabeleceu evitaram pesadas derrotas".

Na sua intervenção, dedicada ao tema das eleições autárquicas que se disputaram no domingo, o deputado do CDS-PP considerou também que importa "reformar a justiça eleitoral em Portugal", que se encontra "caduca, não garantindo a igualdade entre candidaturas".

"Torna-se urgente reformar a CNE, um órgão que não muda desde 1978 e que tem de se adaptar ao ambiente político do século XXI", salientou.

E alertou para "o enfraquecimento dos poderes mediadores e fiscalizadores da democracia".

"Queremos uma justiça eleitoral célere, forte e que promova a igualdade entre candidaturas ou queremos uma justiça eleitora que só atua por denúncia, não preservando a igualdade entre candidaturas e com decisões excêntricas, levando muitas delas a muitas dúvidas por parte dos constitucionalistas?", questionou Morais Soares.

De acordo com os dados disponíveis na página oficial dos resultados das autárquicas, o PS conquistou sozinho 148 câmaras, mais uma em coligação com o Livre, e o PSD 72 sozinho mais 42 em coligações que encabeçou (num total de 114).

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