Os ponteiros do relógio marcavam as 19h05 deste domingo quando Vladimiro Feliz, candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto, chegou ao hotel Sheraton, quartel-general que escolheu para acompanhar a noite eleitoral, depois de uma campanha às voltas com a “Marlene”. O social-democrata confessou, aos jornalistas que o aguardavam, estar “muito curioso” para conhecer os resultados, mas ao mesmo tempo mostrava-se tranquilo. “Sinto-me bem. Sinto que fiz aquilo que devia ter feito, fiz tudo o que estava ao meu alcance. Portanto, agora tudo o que está a acontecer não está sob o meu controlo. É esperar que tudo feche para podermos analisar os resultados”, disse Vladimiro Feliz.
E foi preciso esperar mesmo muito tempo, mais concretamente até às 2h45, para que Feliz reagisse à sentença ditada pelos eleitores portuenses. Ao longo da noite, os apoiantes, familiares e membros que integraram a sua candidatura mantiveram-se irredutíveis. Às 21h, quando foram conhecidas as primeiras projeções, a corte do ex-vice de Rui Rio não esboçou qualquer sinal, nem de euforia nem de desalento.
As bandeiras permaneceram pousadas, pois muito estava ainda em aberto no xadrez político da Invicta, nomeadamente saber se Rui Moreira conseguiria ou não obter maioria no executivo municipal e, por outro lado, perceber se Vladimiro Feliz iria superar o socialista Tiago Barbosa Ribeiro e com isso cravar o PSD como a segunda força política na cidade. Aliás, os primeiros festejos dos apoiantes do candidato do PSD à Câmara do Porto chegaram curiosamente de Lisboa, quando perceberam que Carlos Moedas tinha derrotado Fernando Medina. E foi precisamente depois de Moedas ter discursado que Vladimiro Feliz irrompeu na sala, recebido com entusiasmo e saudado com aplausos.
“A viagem ainda não terminou. Eu diria mesmo que a viagem começa hoje aqui”, começou por dizer o candidato de 47 anos.
“Não é, obviamente, o resultado que nós ambicionávamos”, reconheceu o social-democrata, que conseguiu eleger dois vereadores (mais um do que em 2017, quando o PSD obteve o pior resultado de sempre na Invicta), mas atrás dos três conseguidos pelo PS e dos seis conquistados por Rui Moreira.
Ainda assim, Feliz enumerou as vitórias da sua candidatura. “Crescemos em todas as Juntas de Freguesia, praticamente duplicámos o número de autarcas no Porto, vencemos e reforçámos a nossa Junta de Freguesia de Paranhos — felicito o Miguel Seabra por essa grande vitória”, realçou, para em seguida apontar as derrotas de Moreira. “Era um objetivo de Rui Moreira conseguir a maioria na Assembleia Municipal. Objetivo falhado! Era um objetivo de Rui Moreira manter a maioria no executivo e reforçá-la. Mais um objetivo falhado”, atirou Vladimiro Feliz.
“O Porto mostrou que quer mudar, não nos deram foi o tempo necessário para conseguirmos passar a nossa mensagem”, lamentou o candidato social-democrata. “Os portuenses mostraram que este Porto é passado. Querem um Porto para o futuro, querem um Porto mais feliz”, acrescentou. Por isso, garantiu: “Contem connosco para nos próximos quatro anos trabalharmos na construção de um Porto futuro”.
Ainda com a bússola a apontar para o futuro, Feliz asseverou: “Não tenho dúvidas de que daqui a quatro anos o PSD vai vencer as eleições no Porto”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: amcorreia@expresso.impresa.pt