"Disse-o sempre, dentro e fora do Infarmed", "os portugueses só pedem uma coisa: que haja um discurso claro". Foi assim que Marcelo Rebelo de Sousa enviou diretamente para Lisboa e a partir de Roma, onde se encontra para a reunião de Chefes de Estado que integram o chamado Grupo de Arraiolos, um recado aos participantes da reunião que na próxima quinta-feira acontecerá no Infarmed para analisar a condução da pandemia quando o ano letivo está prestes a começar.
O Presidente da República pôs especial enfoque no regresso às aulas e na necessidade das pessoas "saberem como vai ser", "sem dramas, com serenidade mas esclarecendo" sobretudo se aparecerem casos de "infetados".
Só um discurso claro, avisou Marcelo, pode continuar a garantir o que classificou de reação "lúcida, serena e massiva dos portugueses" ao longo do último ano e meio. O Presidente agradeceu, aliás, a forma como o país aguentou o embate e disse "ser bom poder dar esse exemplo numa reunião internacional". Referia-se ao encontro de Chefes de Estado a decorrer em Roma e onde a saída da pandemia é um dos temas na agenda.
O Presidente falou de "sabedoria secular dos portugueses" e aproveitou para lembrar os momentos-chave da condução da pandemia em Portugal, que coincidem com momentos em que ele próprio teve uma posição decisiva ao fazer ouvir a sua voz. A saber: "o estado de emergência", depois, "nos meses do inverno", quando a situação se agravou "e foram tomadas medidas e retomado o estado de emergência", e depois quando foi preciso dar o passo de "desconfinar".
Ataques a Ferro: "Os radicais não correspondem ao sentir da maioria"
Questionado sobre os negacionistas que no passado sábado violentaram verbalmente o Presidente da Assembleia da República à saída de um restaurante mesmo em frente ao Parlamento, o Presidente da República começou por legitimar o endosso do assunto às autoridades judiciais - "o que pertence à Justiça pertence à Justiça". A passou a sublinhar que "os radicais não correspondem ao sentir da maioria dos portugueses".
Defendeu, por isso, que "a grande resposta" é "não fazer o jogo das minorias". "Somos uma democracia, existem essas minorias, mas a grande maioria do povo português foi muito clara, uma percentagem esmagadora de jovens aderiu à vacina" e se há posições minoritárias a grande resposta - afirmou Marcelo - é dizer-lhes: "85% dos jovens quis vacinar-se".
Com o negacionismo a afirmar-se em vários países, Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou o facto de Portugal ser um exemplo claro de adesão à vacina contra a Covid 19 e mostrou-se satisfeito por poder levar esse exemplo ao encontro que decorre em Roma hoje e amanhã.
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