O Governo só pondera o alívio de mais restrições, após uma nova reunião com os peritos, no Infarmed. A garantia foi dada pela ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que adiantou que dentro de três semanas poderão ser discutidas novas medidas, depois de o país alcançar a meta de ter 85% da população vacinada contra a covid-19.
"No final do mês, a intenção do Governo é que se realize uma nova reunião do Infarmed para debater este novo patamar e as medidas que se devem aprovar neste momento", declarou Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, sublinhando que "provavelmente, dentro de três semanas atingiremos esse valor [de população protegida contra covid]".
Sendo certo, que "viveremos com medidas obrigatórias" e "recomendações da DGS relativamente a algumas matérias", a governante admitiu que será possível prosseguir com o alívio das restrições no âmbito da pandemia, face ao novo quadro de outubro, mas apelou à responsabilidade individual.
"Cabe a cada um de nós cumprir o que é recomendado. Não podemos assumir o final total das restrições, porque a pandemia ainda existe e não foi declarado o seu fim. O que acontece é que atingimos um patamar que permite o levantar de algumas restrições", reforçou.
Confrontada com o fim da obrigatoriedade do uso de máscara na rua, Mariana Vieira da Silva explicou que, com a não renovação do decreto pelo Parlamento, haverá apenas uma recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS) relativamente ao equipamento de proteção individual.
"Deixando de ser uma obrigação o uso de máscara na rua, o que teremos são recomendações das situações em que esse uso deve continuar. Antes da aprovação da lei já era assim: havia uma recomendação antes da situação mais grave da pandemia a tornar obrigatória por lei", recordou.
Relativamente às recomendações para as escolas, a ministra remeteu o assunto para os ministérios da Educação e a DGS, recusando comentar as dúvidas levantadas pela comunidade escolar depois de Graça Freitas ter defendido ontem, no Parlamento, que seria recomendável que as crianças usassem máscara mesmo nos intervalos. "Não vou aqui adiantar mais", respondeu.
Questionada sobre a terceira dose da vacina, Mariana Vieira da Silva frisou que a DGS já anunciou que a mesma será recomendada para doentes imunodeprimidos graves, em linha com o parecer do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), mas admitiu que a discussão sobre o tema se mantém no futuro. Sobre os planos do executivo para os centros de vacinação e a task-force, a governante remeteu essas questões para o Ministério da Saúde.
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