Política

Ministro da Defesa afirma que militares portugueses chegam esta sexta-feira a Portugal e com eles vêm 38 afegãos

Ministro da Defesa afirma que militares portugueses chegam esta sexta-feira a Portugal e com eles vêm 38 afegãos
António Pedro Ferreira

João Gomes Cravinho disse, em entrevista à SIC Notícias, que Portugal tem “capacidade para receber cerca de 300” refugiados afegãos no imediato. “Se chegassem amanhã, poderiam ser acomodados rapidamente”, afirmou o ministro da Defesa

O Ministro da Defesa afirmou, em entrevista concedida à SIC Notícias, que os quatro militares portugueses enviados para o Afeganistão sairão de Cabul “dentro de algumas horas” e chegam a Portugal esta sexta-feira, juntamente com 38 afegãos. “Durante os próximos dois ou três dias, vão chegar 56 afegãos — 18 dos quais já estão fora de Cabul e os outros 38 vão embarcar em aviões diferentes nas próximas horas”, acrescentou João Gomes Cravinho.

O grupo de 56 afegãos, explica o ministro da Defesa, trabalhou “diretamente com as forças portuguesas”. Apesar de confirmar que os primeiros 38 chegam já esta sexta-feira, João Gomes Cravinho assume que “há uma grande incerteza ainda com os voos e os percursos”. No entanto, diz, “o grande objetivo é retirar gente de Cabul e isso está a acontecer, em direção a múltiplos aeroportos” e “cada grupo virá a um ritmo ligeiramente diferente”.

No imediato, adianta Cravinho, os afegãos vão ficar alojados em Lisboa e “os serviços do Alto Comissariado para as Migrações está já com tudo preparado”.

Além disso, o ministro da Defesa assegura que Portugal tem “capacidade para receber cerca de 300” refugiados. “Se chegassem amanhã, 300 poderíamos acomodar rapidamente”, afiança João Gomes Cravinho, para quem é expectável que o nosso país vá “receber muitos mais ao longo das próximas semanas e dos próximos meses”.

Questionado sobre se, além dos quatro militares, já foram repatriados todos os portugueses que ainda se encontravam no Afeganistão, Cravinho disse que não pode dar uma “garantia absoluta, porque havia um bombeiro cuja extração também já estava perfeitamente assegurada", admitindo que não sabe "se ainda está em Cabul ou se já saiu”.

João Gomes Cravinho enalteceu o papel dos mais de quatro mil militares portugueses que ao longo de 20 anos estiveram no Afeganistão, considerando que fizeram um “trabalho extraordinário”, do qual Portugal se deve “orgulhar” e lembrar a morte de “dois dos melhores”.

Os próximos meses, recomenda, “devem ser tempos de introspeção profunda sobre aquilo que a NATO e UE devem fazer e sobre o porquê desta situação ter tido o desenlace que estamos agora a ver”.

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