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Ventura pede “rapidez” no processo de Luís Filipe Vieira: “Sem qualquer exceção, nem complacência”

André Ventura
André Ventura
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O deputado do Chega – que apoiou em 2016 a recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica – pede celeridade no processo que envolve o presidente do clube. “Sem qualquer exceção, nem complacência, a Justiça tem que ser rápida, eficaz e transparente”, afirmou André Ventura. PCP, CDS, IL e PAN pedem também rapidez no processo

Em atualização

Ventura pede “rapidez” no processo de Luís Filipe Vieira: “Sem qualquer exceção, nem complacência”

Liliana Coelho

Jornalista

O líder do Chega, André Ventura, admitiu que as acusações que recaem sobre o presidente do Benfica são "graves" e pediu rapidez no processo sobre negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros que envolvem Luís Filipe Vieira. Também o PCP, o CDS e o PAN apelaram à celeridade da justiça.

"Sem qualquer exceção, nem complacência, a Justiça tem que ser rápida, eficaz e transparente. Neste tipo de crimes, como noutros que temos assistido, não pode haver nomes, cargos, nem figuras", disse André Ventura em declarações aos jornalistas nos Passos Perdidos.

Apoiante em 2016 da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, Ventura defende agora que a investigação deverá apurar as duas dimensões do caso, que envolvem negócios relacionados com o Benfica e a alegada fraude ao fundo de resolução bancária.

"Estou aqui como líder do Chega e representante dos portugueses, que querem que seja feita justiça, seja com Luís Filipe Vieira ou outro dirigente desportivo, político ou religioso. Estamos a falar de um crime, sob suspeita, que lesou Portugal e os contribuintes e o que espero é que a Justiça seja rápida, eficaz e transparente", insistiu.

Sublinhando que a detenção de Luís Filipe Vieira foi ordenada pelo juiz Carlos Alexandre, a que já deu "provas de transparência" e "independência, Ventura disse acreditar que estão reunidas todas as condições para que seja feita justiça neste caso."Seja benfiquista ou não há que distinguir a dimensão clubística da dimensão nacional. As acusações são graves, não interessam as opiniões pessoais de cada um sobre o visado", vincou.

PCP, CDS, PAN e IL pedem também celeridade

Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, já reagiu à detenção de Luís Filipe Vieira e pediu celeridade no processo que envolve o presidente do Benfica. "Nós consideramos que existe uma detenção, e que é preciso averiguar os factos e encetar o processo de averiguação e naturalmente responsabilizar quem deve ser responsabilizado perante aquilo que resultar desse processo de investigação e de demonstração dos factos", afirmou o líder comunista.

Já a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considerou que a investigação deve ser "isenta" e célere, sublinhando o direito à presunção de inocência. "Este não deixa de facto de ser um sinal muito positivo para os portugueses, de que não há cidadãos intocáveis para a Justiça. Apesar de ter tardado, é importante acautelar que as perdas relacionadas com o Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos que estão associadas a Luís Filipe Vieira são recuperadas", declarou Sousa Real.

Do lado do CDS-PP, a deputada Cecília Meireles destacou, por sua vez, o contributo das comissões de inquérito parlamentares e disse esperar "rapidez" da Justiça "Parece-me saudável que o trabalho que é aqui feito, de rigor, de investigação, e sobretudo de audição de algumas pessoas - mais ou menos mediáticas, mais ou menos poderosas, sobre prejuízos que acabamos por pagar e devedores - possa ser aproveitado pela justiça", declarou a deputada centrista.

A Iniciativa Liberal (IL) considerou, por sua vez, que detenção de Luís Filipe Vieira se insere num quadro de "inaceitáveis exemplos de promiscuidade" e "sentimento de inimputabilidade" entre o poder financeiro e interesses de outra natureza. "Casos agora conhecidos no âmbito do sucedido com o BES, que resvalou para o Novo Banco com custos para os contribuintes, mas que recordam outros envolvendo outros bancos, nomeadamente a CGD, e certo poder político. São várias operações que tiveram como consequência a delapidação de recursos dos contribuintes", afirma o partido em comunicado.

Para a IL, neste escândalo e noutros desta natureza é "essencial que o tempo da Justiça chegue com celeridade e com eficiência, contribuindo para o fortalecimento das Instituições e para uma sociedade mais transparente e mais credível", acrescentam os 'liberais'

O presidente do Benfica foi detido esta quarta-feira, suspeito da prática dos crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento Em causa estão negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, arriscando-se Luís Filipe Vieira à prisão preventiva.

Texto em atualização

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