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Covid. Merkel critica Portugal por ter aberto a porta aos britânicos

Covid. Merkel critica Portugal por ter aberto a porta aos britânicos
Pool/Getty Images

Segundo a chanceler alemã, a UE está a falhar no objetivo de definir regras comuns para as viagens, uma vez que os países continuam a insistir em adotar abordagens diferentes em relação à nova e preocupante variante do vírus - a Delta

Covid. Merkel critica Portugal por ter aberto a porta aos britânicos

Helena Bento

Jornalista

A chanceler alemã Angela Merkel lamentou esta terça-feira a ausência de regras comuns na União Europeia, referindo-se especificamente a Portugal e à decisão tomada pelo Governo português de abrir a porta aos britânicos quando são cada vez mais os casos de infeção no Reino Unido provocados pela nova variante do vírus, a variante Delta.

“Temos agora uma situação em Portugal que talvez pudesse ter sido evitada e é por isso que agora temos de trabalhar ainda mais nisto”, afirmou Merkel em declarações aos jornalistas, numa conferência de imprensa conjunta com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Segundo a chanceler alemã, a UE está a falhar no objetivo de definir regras comuns para as viagens, uma vez que os países continuam a insistir em adotar abordagens diferentes em relação à nova variante do vírus. “Lamento que ainda não tenhamos conseguido definir regras comuns em termos de restrições de viagens.” Nos “últimos meses”, disse ainda Merkel, “foram feitos grandes progressos mas ainda não estamos onde eu gostava que a União Europeia estivesse”.

Na conferência de imprensa conjunta, a chanceler alemã falou ainda sobre a final do Euro 2020 em Londres, dizendo que não gostava de ver os “estádios cheios” e apelando à UEFA para atuar de forma “responsável” nesse sentido. “Apoio todas as medidas [de contenção do vírus] que o governo britânico possa vir a tomar.”

O tweet do ministro

A presença no final de maio de adeptos ingleses no Porto para assistir à final da Liga dos Campeões gerou muitas críticas e polémica, devido aos ajuntamentos não só na cidade onde se disputou o encontro entre o Chelsea e o Manchester City, como também no Algarve.

Dias depois disso, Portugal foi retirado da “lista verde” de países para os quais os cidadãos britânicos podem viajar sem necessidade de fazer quarentena no regresso ao país, numa decisão lamentada pelo Governo português. “Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da 'lista verde' de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, afirmou Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, numa publicação feita no Twitter.

Segundo informações reveladas no domingo passado Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante Delta já é dominante em Lisboa e Vale do Tejo, sendo responsável por 60% dos casos na região. Na região Norte a prevalência é ainda inferior a 15%, de acordo com os resultados preliminares das sequenciações obtidas no mês de junho e analisadas pelo INSA.

Dias antes, na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde revelou-se preocupada com a disseminação da variante Delta do vírus, que é mais transmissível e está a tornar-se cada vez “mais predominante”. É apontada como sendo 60% mais contagiosa do que o vírus original.

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