Nuno Melo questiona Bruxelas sobre envio de dados de ativistas russos
O eurodeputado do CDS quer saber que ações Bruxelas pondera adotar e de que forma pretende salvaguardar a integridade física dos ativistas russos em causa
O eurodeputado do CDS quer saber que ações Bruxelas pondera adotar e de que forma pretende salvaguardar a integridade física dos ativistas russos em causa
Jornalista
O eurodeputado do CDS, Nuno Melo, apresentou esta quinta-feira "com caráter de urgência" um requerimento à Comissão Europeia e ao Alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política externa, para tomarem uma posição sobre o envio de dados de manifestantes à Rússia.
"O executivo de Lisboa presidido pelo PS português, partido que também governa o país que preside à UE, entregou ao regime russo os nomes e moradas de cidadãos russos que participaram numa manifestação anti-Putin. Justificadamente, os manifestantes em causa já deram a conhecer o medo que sentem. Afinal, trata-se da entrega de dados de manifestantes a um regime que persegue, detém e em alguns casos elimina opositores", afirma Nuno Melo, pedindo a Bruxelas uma posição pública sobre este caso.
Segundo o eurodeputado centrista, importa também saber que ações ponderam adotar e de que forma pretendem salvaguardar a integridade física dos ativistas russos em causa. "Este ato é profundamente violador das regras do Estado de Direito a que todos os países que integram a UE estão obrigados e que, num momento em que derivas desta natureza se vão somando no nosso espaço comum, atos assim não podem passar em claro", defende Nuno Melo.
Rejeitando "extremismos", o eurodeputado do CDS, admite que atos deste tipo devem ser condenados e os seus autores responsabilizados, seja em estados-membros como a Hungria ou Portugal.
Em causa está o envio por parte da CML de dados pessoais de três manifestantes russos que participaram numa concentração, em janeiro, frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor do regime de Vladimir Putin. A autarquia já lamentou, esta quinta-feira, o procedimento que "não foi adequado" ao contexto, mas rejeitou "quaisquer acusações de cumplicidade" com Moscovo. Entretanto, o CDS-PP já enviou questões a Fernando Medina e pediu uma audição do autarca no Parlamento.
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