Há muito tempo que não era pública a intervenção dos responsáveis políticos nas reuniões no Infarmed para debater a situação epidemiológica do país. Mas hoje, o Presidente da República quis que se ouvissem as suas críticas e dúvidas. Marcelo Rebelo de Sousa tinha pedido que se mexessem nos critérios que servem de base às decisões de desconfinamento - porque "a vida tem de continuar" - e foi contrariado pelos peritos que sugeriram manter exatamente a mesma matriz, com os mesmos critérios. Num puxão de orelhas público, o Presidente quis deixar clara a sua discordância: já não é "evidente" a primazia da saúde sobre a vida económica e social, porque há direitos fundamentais em causa e por isso é preciso uma "legitimação pública" dos critérios a usar. O primeiro-ministro ouviu e nada disse, nem na fase pública nem, de acordo com fontes presentes na reunião, na parte privada do debate.
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