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Política

"Um insulto e uma infâmia". Rui Moreira diz que acusação de ter beneficiado a família não trava recandidatura [COM VÍDEO]

Presidente da Câmara do Porto garante aos portuenses que a ida a julgamento não irá interferir na avaliação política sobre a sua recandidatura nas autárquicas de outubro. "Desiludem-se os que pensam que este processo afasta-me de continuar a lutar pela cidade que tanto amo"

Numa declaração emocionada à Comunicação Social, sem direito a perguntas, Rui Moreira lamentou a decisão da juíza do Tribunal de Instrução Criminal, que esta terça-feira confirmou a sua ida a julgamento no processo Selminho, litígio que opôs a imobiliária da família Moreira à Câmara do Porto de 2006 a 2020. Acompanhado de todos os seus vereadores, o presidente da Câmara do Porto referiu que a decisão da juíza não lhe deu, nem tirou razão, mas “simplesmente remeteu a discussão para outro momento e outros juízes”.

Acusado de crime de prevaricação, em concurso aparente com um crime de abuso de poder, o autarca independente reiterou que a acusação não tem qualquer fundamento, entendendo que, tal como há quatro anos, se está “perante um processo que surge em vésperas de eleições”. É absolutamente inequívoco que não tive qualquer participação em qualquer processo em que estivesse envolvida a minha família e não tomei, direta ou indiretamente, ou por interposta pessoa, qualquer decisão que alterasse a posição do município em qualquer processo judicial”, assegurou Rui Moreira, duas horas após tomar conhecimento da ida a julgamento.

O autarca que cumpre o final do seu segundo mandato recordou que a relação da sociedade Selminho com o município teve início em 2006 e o processo judicial remonta a 2010: “Muito antes de eu ser presidente da Câmara do Porto ou sequer equacionar tal hipótese”. Segundo Moreira, a posição do município foi definida nessa altura, e "nunca foi alterada” si. “Não mudei de advogado da câmara, nem qualquer diretor ou técnico municipal que lidou com o assunto. Até a vereadora que interveio (Guilhermina Rego, sua ex-vice presidente) já ocupara esse cargo executivo no mandato anterior ao meu (na era Rui Rio)”, recordou, no decurso da declaração desta tarde na Câmara.

É por isso que considera "um insulto e uma infâmia” que se possa “sequer por a hipótese” de ter beneficiado a família, num assunto “ que, como toda a gente sabe, a minha família acabou por perder os seus terrenos a favor da Câmara”. "E isso sucedeu exatamente neste meu mandato”, salientou Rui Moreira, comentando que “são tempos perigosos aqueles em que vivemos”. “Em que os adversários se comportam como inimigos e aceitam usar todas as armas, por mais ignóbeis que sejam”, acrescentou.

O autarca fez questão de deixar claro - “em particular àqueles que há muito me tentam afastar dos portuenses” - que o processo não interferirá na avaliação sobre a sua recandidatura à presidente da Câmara do Porto. “Isso seria uma traição a tudo em que acredito, bem como àqueles que me apoiaram, falo dos membros do 'Porto, o Nosso Movimento', mas também dos milhares de portuenses anónimos que sempre confiaram e acreditam na minha forma de estar e sentir o Porto”, afiançou.

Por último, deixou uma advertência aos que pensam que o processo o afastará de continuar a lutar pela cidade tanto ama.“Tal como qualquer portuense, sou muito cioso da minha integridade e do bom nome que tentam vilipendiar”, frisou, recordando o exemplo do pai, no dia do seu nonagésimo aniversário. “Sofreu uma perseguição terrível, venceu sem nunca se ter vitimizado”, confidenciou, assegurando que a justiça chegará.

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