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“Perturbação” nas Forças Armadas. Eanes encabeça ‘revolta’ inédita de 28 ex-chefes militares

Nunca um ministro fora tão abertamente contestado por tantos ex-chefes como está a ser João Gomes Cravinho
Nunca um ministro fora tão abertamente contestado por tantos ex-chefes como está a ser João Gomes Cravinho
PAULO CUNHA/LUSA

Todos os antigos chefes (menos um) assinam uma carta contra a 'reforma Cravinho' das FA, criticam as "ameaças veladas" do ministro e falam de "interesses" nos negócios da Defesa.

“Perturbação” nas Forças Armadas. Eanes encabeça ‘revolta’ inédita de 28 ex-chefes militares

Vítor Matos

Jornalista

É a primeira vez, em 47 anos de democracia que há uma manifestação de revolta desta dimensão entre as mais altas patentes militares na reforma, e que reflete o mal estar nas chefias, hierarquia e fileiras das Forças Armadas. A espiral de animosidade entre o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho e os antigos chefes militares, atingiu esta semana um novo máximo e contribuiu para esta iniciativa inédita, carregada de peso político pelos nomes envolvidos, que estava a ser preparada há mais de uma semana: uma carta de seis páginas, crítica da reforma da estrutura superior das Forças Armadas e da crise que o setor atravessa, subscrita pelo ’Grupo dos 28’ ex-chefes militares dos três ramos - com a única exceção do general Valença Pinto (Exército). A missiva é assinada à cabeça pelos mais antigos, o ex-Presidente da República general Ramalho Eanes (Exército), o almirante Fuzeta da Ponte (Armada) e o general Brochado Miranda (Força Aérea). Entre eles, contam-se seis antigos chefes do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA), para expressarem “apreensão” e lançarem um aviso: a “perturbação provocada no ambiente das Forças Armadas obriga-nos a isto”.

A mensagem, a que o Expresso teve acesso, foi enviada ontem, quinta-feira, ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Defesa, e grupos parlamentares. O documento contesta a linguagem do ministro Gomes Cravinho - classificada como uma “novilíngua” que está a “atingir proporções inusitadas”-, mas manifesta, sobretudo, críticas ao método de decisão e ao conteúdo da reforma do comando superior das Forças Armadas, que será votada no Parlamento, na próxima terça-feira, dia 18, pelo PS com apoio do PSD. (Ver P&R)

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