A gota de água surgiu esta sexta-feira. Depois do Chega e do Iniciativa Liberal, foi a vez do CDS pedir a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, pela "incompetência grosseira" no caso da requisição civil ao Zmar para alojar trabalhadores rurais na sequência de um surto de Covid-19. A resposta de Eduardo Cabrita foi dura: "Coitado do CDS, é um partido náufrago. Estamos aqui para salvar os portugueses, nao para ajudar um partido náufrago".
O tom sobe a cada dia que passa, e a situação vivida em Odemira por causa do surto de Covid-19 nos trabalhadores agrícolas, na sua maioria imigrantes, que vivem em situações precárias e sem condições para cumprirem isolamento foi a última polémica num rol de casos que têm deixado o ministro na corda bamba.
Eduardo Cabrita assumiu a pasta da Administração Interna em outubro de 2017, depois de Constança Urbano de Sousa ter saído na sequência dos grandes incêndios daquele ano, e de lá para cá foram vários os pedidos de demissão feitos por partidos ou outros agentes da sociedade civil: o caso da morte de Ihor Homeniuk nas instalações do SEF foi o que mais extremou posições. Marcelo Rebelo de Sousa chegou a sugerir a porta de saída do ministro, mas o primeiro-ministro segurou-o. Antes disso tinha sido o problema do SIRESP, herdado da antecessora, e a polémica da venda de golas antifumo para tornar as aldeias mais seguras, mas que eram, afinal, de material inflamável. Cabrita tem sido o ministro mais contestado do atual Governo, mas não há remodelação à vista.
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