Política

À beira do desconfinamento, Costa pede “muito respeitinho” pelo vírus e alerta para relaxamento

À beira do desconfinamento, Costa pede “muito respeitinho” pelo vírus e alerta para relaxamento
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

No dia em que o secretário de Estado da Saúde disse que a imunidade de grupo em Portugal pode chegar antes do previsto, Costa não fez força no travão, mas também não tirou de lá o pé. “Se relaxarmos podemos voltar a estar outra vez pior”

Desconfinar o que falta da sociedade e da economia é uma “esperança” que o primeiro-ministro tem, mas ainda não é “um compromisso”. António Costa remete para a reunião desta terça-feira no Infarmed a confirmação “do que os dados aparentam”. Por um lado, o “bom caminho” que o país está a percorrer nas duas fases já ultrapassadas do desconfinamento e, por outro, a preparação para “com segurança, dar o passo que falta dar”: a abertura total.

Apesar de ter começado o dia, na companhia do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a ouvir protestos à chegada a Valença, Costa manteve o sorriso e ainda que não tenha feito força no travão, também não tirou de lá o pé. “Se nos distrairmos, se relaxarmos, podemos voltar a estar outra vez pior”, avisou, mesmo quando elogiava o processo de vacinação em curso e o contributo das autarquias nesse esforço.

O trauma desse “terrível mês de janeiro”, as variantes que “dão a volta ao mundo”, a “luta contra o tempo”, a incerteza sobre o risco de transmissão de pessoas vacinadas, nunca saíram do discurso do primeiro-ministro, mesmo que esta segunda-feira tenha sido de zero mortes e que o secretário de Estado da Saúde tenha dito que a imunidade de grupo pode chegar mais no princípio do que no fim do verão. “Como diria a minha avó, temos de olhar para este vírus com muito respeitinho”, riu, mais uma vez, Costa.

António Costa falava na apresentação do trabalho de requalificação de uma escola em Muralhas do Minho, no distrito de Viana do Castelo, depois de durante a manhã ter estado com Pedro Nuno Santos a inaugurar a eletrificação que faltava à linha de comboio do Minho.

E, apesar das queixas dos trabalhadores, considerou “muito importante” a decisão política de fazer investimento público “não obstante a pandemia e a crise económica e social” que veio com ela. “Não podemos matar a economia, não podemos deixar descontrolar o desemprego”, vincou.

Ainda num retrato da pandemia, Costa afirmou que “não houve maior dano na vida da nossa sociedade do que aquele que infligimos às novas gerações”, já que “nada substitui o ensino presencial”. E pediu uma escola que não ensine apenas a “conjugar letras ou somar dígitos”, mas que inclui a atividade artística, desportiva e cívica para preparar uma sociedade em que as profissões de futuro são aquelas que ainda ninguém conhece.

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