O relatório da auditoria interna à derrapagem nas obras no antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa, que custaram quase quatro vezes mais do que a previsão inicial, está classificado como ‘confidencial’. Contactado pelo Expresso, o Ministério da Defesa limitou-se a confirmar que o relatório foi enviado para a Assembleia da República a 31 de março, tendo mantido a classificação atribuída pela Inspeção-Geral da Defesa Nacional (IGDN). Apesar dos pedidos insistentes, a tutela nunca justificou o motivo daquela classificação, que causa estranheza ao PSD e conflitua com os “direitos e garantias dos administrados” consagrados na Constituição.
As obras de adaptação do antigo hospital, rebatizado como Centro de Apoio Militar de Belém, para o tratamento de doentes covid-19, ascenderam aos 3,2 milhões de euros, sendo que a previsão inicial era de 750 mil euros. Os sociais-democratas, que têm levantado frequentemente o tema na Comissão de Defesa Nacional, fizeram um requerimento, com caráter de urgência, para a audição no Parlamento do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e de Alberto Coelho, antigo diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional. O requerimento foi chumbado na última sexta-feira com os votos contra do PS, a abstenção do CDS e os votos favoráveis do PSD e do BE. O PCP faltou à votação.
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