A frase que faz este título poderia ter sido dita por um deputado da oposição. Afinal, o debate na Assembleia da República levado pelo BE era sobre uma união dos partidos da oposição, da esquerda à direita, para alterarem, à revelia do PS e do Governo, a carreira dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica aumentando-lhes o salário. Mas não, foi o desabafo final da deputada do PS sobre o assunto: "Isto foi o resultado da democracia a funcionar, mas cá estaremos todos para assumir as nossas responsabilidade", disse Alexandra Tavares Moura. Significa isto que nem os socialistas nem o Governo vão tentar travar uma medida que consideram violar a distribuição de competências entre Parlamento e Governo? A oposição espera que sim e critica o PS. Para o Governo, é prematuro.
O Governo diz que "está a avaliar" o dossier e reserva para mais tarde uma posição sobre a medida. Mas não há dúvidas no Executivo que esta aprovação, à semelhança do que aconteceu com o dramático caso das carreiras dos professores, é uma intromissão da Assembleia da República nas competências do Governo que tem impactos, tal como o Expresso avançou, na ordem dos 46,5 milhões de euros.
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