Política

MP pede levantamento da imunidade de nove deputados por suspeita de uso de moradas falsas

MP pede levantamento da imunidade de nove deputados por suspeita de uso de moradas falsas
TIAGO PETINGA/LUSA

Crime é punido com entre três e oito anos de prisão e multa até 150 dias. Em causa pode estar um benefício de até 5000 euros por ano

O Ministério Público pediu o levantamento da imunidade parlamentar de nove deputados do PS, PSD, CDS e BE para que sejam ouvidos como arguidos pelo alegado crime de peculato por terem indicado moradas diferentes das suas residências, recebendo, assim, subsídios de deslocação mais elevados da Assembleia da República. O levantamento da imunidade já foi aprovado pela Comissão de Transparência e Estatuto de Deputados.

Entre os nove suspeitos encontram-se Elza Pais, Nuno Sá e Fernando Anastácio, do PS; Pedro Roque, Duarte Pacheco, Paulo Neves e Carla Barros, do PSD; João Almeida, do CDS; e Sandra Cunha, do BE. Segundo o jornal “Público”, a lista deverá aumentar com nomes como Clara Marques (PSD) ou Sónia Fertuzinhos (PS).

Ao receberem subsídios com base em moradas que não são as consideradas pelo Ministério Público como a residência verdadeira, os deputados praticam um crime de peculato que pode ser punido com uma pena de prisão entre três e oito anos e multa até 150 dias.

Sandra Cunha renunciou, nesta quinta-feira, ao seu mandato por causa do pedido de levantamento de imunidade. A bloquista pretende defender o seu “bom nome com total liberdade" e que o seu caso não seja “usado como arma de arremesso contra o BE”.

Já na bancada dos socialistas, Elza Pais, deputada do PS, afirma, que está “serena relativamente a essa matéria”, uma vez que “não há qualquer discrepância nas declarações que sempre” apresentou à AR. Nuno Sá espera “esclarecer [o assunto] o mais rapidamente possível”, admitindo que “haverá algum mal entendido”. Contudo, Fernando Anastácio diz que só se pronuncia sobre o tema depois de responder à Comissão de Transparência.

Os sociais democratas recusaram-se a prestar declarações sobre o processo.

João Almeida, do CDS, diz, ao “Correio da Manhã”, que “está disponível para colaborar", mas considera que “o processo está cheio de erros grosseiros". “Nunca vivi em Carcavelos entre 2015 e 2018, mas sim em S.João da Madeira'', esclarece o centrista.

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