Conhece André Ventura e não diz mal dele. “O meu problema não é com ele”, mas sim com “o que está por trás”. Aliás, revira os olhos sempre que a põem a falar desses fait divers. Mas não põe linhas vermelhas ao diálogo com o Chega nem tão-pouco cercas sanitárias: “Isso são barragens artificiais colocadas à direita que não são colocadas à esquerda”, diz. Em entrevista ao Expresso, gravada na sede da distrital do PSD Lisboa um dia depois de ter sido anunciada como candidata do PSD à Câmara da Amadora, Suzana Garcia garante que recebeu convites de “todos os partidos da direita” para projetos políticos, e que não rejeitaria coligar-se na câmara com ninguém desde que lhe fosse permitido protagonizar um projeto de rutura.
“Eu faço isso com qualquer partido que me permita dar ao povo da Amadora o que ele merece. Não está no meu horizonte neste momento, mas se fosse importante para a Amadora eu até fazia coligação com o PS”, diz, sublinhando que não tem “aspirações políticas” nem se importa com “formalismos”. Certo é que, ao contrário da governação do país, nas autarquias basta ganhar para governar, sendo que as coligações podem ser necessárias para garantir a governação corrente, e é isso que Suzana não rejeita. Fala alto e gesticula, mas vai sempre sublinhando que não quer fugir às perguntas. O que não suporta são “mentiras”. Questionada sobre se Rui Rio deveria repetir no Governo o que o PSD fez nos Açores, a candidata encosta-se para trás na cadeira como quem diz que não é assunto que a preocupe, mas prossegue: equipara aquele partido ao BE (não ao PCP, partido pelo qual tem “respeito”) para dizer que se a ‘geringonça’ foi legítima, o mesmo pode acontecer à direita. “Têm medo?”, atira.
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