Política

PCP vai vigiar Governo para garantir dispensa de pagamento por conta

João Oliveira, líder parlamentar do PCP
João Oliveira, líder parlamentar do PCP
Marcos Borga

Comunistas assumem que dispensa "tem força de lei. Não há como dar a volta". O aviso fica dado ao Governo, que criou um diploma que admite o pagamento do imposto a prestações. PCP promete estar vigilante e atuar caso as Finanças indefiram pedidos de dispensa apresentados pelas empresas

João Oliveira, líder da bancada parlamentar do PCP não tem dúvidas: as micro, pequenas e médias empresas estão dispensadas do pagamentos por conta (PPC) do IRS de 2021. A medida consta de uma norma inscrita, por iniciativa dos comunista, no Orçamento de Estado e por isso "tem força de lei". Para o PCP não restam dúvidas: "não há como o Governo possa dar a volta".

As dúvidas surgiram no final da semana passada quando, em diploma publicado no Diário da República, o Ministério das Finanças 'regulamenta' o pagamento por conta, permitindo que as empresas cumpram esta obrigação fiscal em prestações, beneficiando, assim, de uma redução que pode ir até 50% do valor do imposto. Numa primeira reação, Duarte Alves, deputado do PCP considerou a atitude do Governo como "uma intenção de subverter o que foi aprovado" (a dispensa, pura e simples, do pagamento) e os comunistas lamentaram a ação do Executivo.

Em declarações ao Expresso, João Oliveira garante que "o Governo não pode não cumprir o que está previsto" e invoca o peso da norma orçamental. "A dispensa de pagamento por conta está consagrada no OE e não há volta a dar", diz o líder parlamentar comunista, acrescentando que a atitude do Governo só pode ser lida como a criação de uma nova opção. "Os empresários podem escolher pagar, pagar a prestações ou ficar dispensados do pagamento por conta", diz João Oliveira. "Se for assim, não há problema nenhum", acrescenta.

O que não pode acontecer é as autoridades fiscais indeferirem pedidos de dispensa deste imposto. Os comunistas prometem ficar atentos. "Caso surja algum caso, teremos de atuar". A possibilidade de chamar o ministro das Finanças ao Parlamento é uma das vias possíveis para resolver esta situação, caso ela venha a surgir. Até lá, os comunistas vão estar atentos e vigilantes. Promessa do líder parlamentar.

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