
Centenário. Mesmo em pandemia, comunistas vão celebrar em 100 ruas do país o seu aniversário, mostrando um partido que não é de um homem só. Mas a palavra de ordem do PCP continua a ser a mesma: resistir
Centenário. Mesmo em pandemia, comunistas vão celebrar em 100 ruas do país o seu aniversário, mostrando um partido que não é de um homem só. Mas a palavra de ordem do PCP continua a ser a mesma: resistir
Jornalista
Como é próprio de um partido constituído por “um imenso coletivo”, o PCP não tem um número 1 e recusa ter um “special one”. Não é uma metáfora, é um facto. Jerónimo de Sousa, secretário-geral há quase duas décadas, é o 14º militante comunista e os primeiros números dos filiados no PCP nem sequer “estão atribuídos”, diz o Gabinete de Comunicação.
Esta é só uma das muitas originalidades do PCP, conhecido pelo seu secretismo, pelos rigores de organização interna e pela capacidade de mobilização nas ruas. A lista de curiosidades comunistas é longa e começa, desde logo, pelo facto do “partido operário” — como é conhecido desde o início — ter sido oficializado nas instalações da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa. A completar 100 anos de existência este sábado, é ainda o único partido português com total independência financeira (facto que, aliás, faz parte do seu programa político) e aquele com maior palmarés na luta pela democracia. “Um percurso duro como punhos”, resumia Jerónimo de Sousa a história do seu partido, ainda esta semana em entrevista a Miguel Sousa Tavares. A ‘resistência’ é, de facto, um mote para os militantes comunistas, que tocam a rebate, sobretudo quando as condições são adversas. “Eu sinto-me bem quando combato, sinto-me bem quando há dificuldades”, dizia Álvaro Cunhal na última entrevista que deu ao Expresso. O líder histórico comunista tinha, na altura, 86 anos.
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