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A missão do PS nas autárquicas: perder pouco, de olhos postos no OE

A missão do PS nas autárquicas: perder pouco, de olhos postos no OE
TIAGO PETINGA

PS confia nas divisões do PSD para tentar segurar resultado. No Porto, dirigentes avisam: apoio a Moreira abriria guerra local. Coimbra e Viana são para segurar, Setúbal será aposta forte

Quando se parte de um resultado muito bom, perder pouco já conta como vitória. E é com esta ideia em mente que o PS está a encarar as próximas autárquicas: sendo certo que as eleições serão um teste relevante — a um partido com uma dimensão autárquica que interessa segurar e a um Governo muito pressionado em tempos de pandemia — passar por entre os pingos da chuva pode ser a receita ideal. Por isso, e ainda com um processo pouco adiantado a nível nacio­nal, os socialistas concentram-se em agarrar o que conseguiram conquistar em 2017 — e não registar perdas que, acontecendo em câmaras estratégicas, possam ser consideradas um “cartão amarelo” — ou mesmo vermelho — ao Governo.

Recuemos a 2017: numa noite eleitoral que correu na perfeição aos socialistas, o PS cantou vitória em 159 concelhos e registou o seu melhor resultado de sempre em autárquicas. Ao lado, o PSD afundava-se, com um registo historicamente mau. Quatro anos volvidos, o PS, que continua a liderar o Governo, tenta lidar com a pressão da pandemia, o complexo processo de vacinação e as negociações para o próximo Orçamento do Estado, que durante a campanha autárquica já decorrerão e para as quais, lembra uma fonte envolvida na preparação das eleições, “o partido tem de ir com os olhos postos já no Orçamento de 2023 — e só uma grande derrota pode pôr isso em causa”. Já o PSD coloca-se num cenário de alta pressão, com Rui Rio a assumir que as eleições são cruciais para provar que o partido não está a “definhar”. E, do lado dos socialistas, vários dirigentes apontam uma “falta de trunfos” ao PSD nas maiores câmaras, somada a algumas divisões internas, na esperança de que um atraso dos sociais-democratas na corrida autárquica ajude o PS a gerir o processo com relativa tranquilidade, mesmo sem novas vitórias (“o PS não anda a gritar que vai ter mais câmaras porque isso é quase impossível”, resume um dirigente).

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