Política

PAN pede audição urgente do presidente do TC sobre declarações homofóbicas

PAN pede audição urgente do presidente do TC sobre declarações homofóbicas
Pedro Nunes

Partido de André Silva diz que o presidente do Tribunal Constitucional (TC) deve prestar esclarecimentos e "demonstrar o seu atual posicionamento" face à garantia dos direitos da comunidade LGBTI

PAN pede audição urgente do presidente do TC sobre declarações homofóbicas

Liliana Coelho

Jornalista

O PAN entregou esta quarta-feira um requerimento no Parlamento a solicitar uma audição urgente do recém-eleito presidente do Tribunal Constitucional (TC), João Caupers, devido a declarações homofóbicas, ontem reveladas pelo Diário de Notícias.

"Mesmo estando perante declarações passadas, deve o agora Presidente do Tribunal Constitucional retratar-se perante a Assembleia da República, prestar esclarecimentos sobre estes textos e demonstrar o seu atual posicionamento face à garantia dos direitos das pessoas LGBTI, tendo em conta a importância institucional que o cargo exige", afirma o grupo parlamentar liderado por Inês de Sousa Real.

O PAN condena as "declarações homofóbicas" e "atentatórias" aos direitos humanos das pessoas LGBTI e defende que se impõe que João Caupers se retrate perante os deputados. "Declarando-se 'membro da maioria heterossexual, o Professor Doutor João Caupers descreveu em 2010 os homossexuais” como uma 'nexpressiva minoria cuja voz é despropositadamente ampliada pelos media' e contactado por vários Órgãos de Comunicação Social, o Professor Doutor não negou estas declarações, não as rejeitou e não se retratou", sublinha.

Embora reconheça que estas declarações não colocam em causa a "autonomia" e "independência" do TC – porque não foram proferidas no âmbito de uma decisão ou de qualquer atividade do Tribunal –, o PAN alega que se tratam de "declarações públicas que não foram cabalmente esclarecidas aquando da cooptação deste juiz para o Tribunal Constitucional e que respeitam a matérias de direitos humanos".

Foi em 2010 que João Caupers se referiu aos homossexuais como uma "inexpressiva minoria cuja voz é despropositadamente ampliada pelos media", garantindo não estar disposto para ser "tolerado por eles", noticiou o "DN". Entretanto, o presidente do TC alegou, numa resposta enviada ao Expresso, que o objetivo que levou à criação de um jornal de parede na Faculdade de Direito de Lisboa foi o de "provocar" a reação dos estudantes. Atualmente, garantiu ainda, já não escreve textos polémicos, uma vez que isso "não é compatível com a discrição que se exige a um juiz".

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