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Política

O desafio de Pedro Nuno Santos: marcar à esquerda sem parecer radical

“Isto não é radicalismo, isto é ser socialista”, disse o agora ministro no congresso de 2018 quando apresentou uma moção que ainda está válida
“Isto não é radicalismo, isto é ser socialista”, disse o agora ministro no congresso de 2018 quando apresentou uma moção que ainda está válida
Luís Barra

Pedro Nuno Santos não deve levar moção ao congresso, mas a sua agenda de esquerda está apresentada. Agora quer mostrar que sabe construir consensos

No texto apresentado em 2018, a ideia concretizava-se através de “missões coletivas”, com a criação de estruturas que juntassem representantes do Governo, da Administração Pública, das empresas, dos trabalhadores e das universidades, e o Estado no papel de “coordenador”, para que não ficasse reduzido à sua função de “proteger os mais fracos” e assumisse um papel na criação de riqueza e de inovação. “Aceita-se acriticamente a ideia, de direita, de que a inovação depende essencialmente do empreendedorismo do sector privado. (...) Está na altura de disputar — e ganhar — o debate sobre criação sustentável de riqueza”, rematava a moção.

Não é só no conteúdo puro e duro das políticas que defende que Pedro Nuno Santos quer provar-se um moderado. Como governante, entre a experiência como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares — e pivô das negociações com os partidos de esquerda — e a de ministro das Infraestruturas com a gestão de dossiês difíceis, a característica que os mais próximos apontam é a capacidade de construir consensos... uma das qualidades mais apontadas a António Costa. A ideia é que Pedro Nuno se poderá mostrar como um homem que procura paz social em vez de alimentar ruturas e conflitos. O trabalho que desenvolveu para chegar a acordos difíceis durante a polémica greve dos motoristas, a greve dos estivadores ou, esta semana, com os trabalhadores da TAP, poderá ajudar a transmitir essa noção.

Com Liliana Valente.

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