
CDS volta ao discurso de nichos. Oposição e deputados queixam-se de ataques da direção
CDS volta ao discurso de nichos. Oposição e deputados queixam-se de ataques da direção
Jornalista
No domingo, uma ida ao programa de Ricardo Araújo Pereira, na SIC. Na segunda-feira, uma entrevista com Miguel Sousa Tavares, na TVI. Na quinta, uma visita ao “5 para a meia-noite”, programa da RTP. Numa semana de rescaldo de um Conselho Nacional que expôs publicamente as fraturas do partido, o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, teve uma projeção mais intensa do que na maior parte do seu ano de liderança. E se os críticos ironizam com o facto de ter sido preciso um desafio interno, lançado por Adolfo Mesquita Nunes, para aparecer nas televisões, a direção do partido tenciona “aproveitar para transformar esta crise” numa oportunidade, como explica ao Expresso uma fonte próxima do líder.
A razão é simples: as cúpulas do CDS estão convencidas de que o maior problema do ano que passou foi a “falta de visibilidade” — e é “urgente” corrigi-lo. Como é “urgente” lançar caras novas: os rostos conhecidos do CDS continuam a ser os quadros e primeiras linhas que durante a era portista ganharam reconhecimento da opinião pública, e que ocuparam cargos no partido e funções de governação; durante um ano de liderança, esta direção não conseguiu fazer o mesmo. Para já, “Chicão” conta com um desafio extra e ainda mais imediato: substituir a dezena de dirigentes que se demitiram desde que Filipe Lobo d’Ávila, vice-presidente (e um dos apoios mais valiosos de Rodrigues dos Santos, uma vez que conseguiu 15% dos votos no congresso de há um ano), saiu da direção, com uma carta arrasadora em que explicava que o CDS “não risca”.
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