Cristas confirma que não será candidata a Lisboa e critica direção do CDS
No Facebook, a ex-presidente do CDS criticou o "discurso contraditório" da direção do partido e questionou a estratégia para as autárquicas
No Facebook, a ex-presidente do CDS criticou o "discurso contraditório" da direção do partido e questionou a estratégia para as autárquicas
Jornalista
O tabu está desfeito: Assunção Cristas não vai mesmo ser candidata à Câmara Municipal de Lisboa. A confirmação foi dada pela própria no Facebook, num post em que deixou críticas à atual direção e à estratégia autárquica que esta está a seguir, defendendo que o CDS deveria liderar uma coligação com o PSD na capital.
No Facebook, a ex-líder do CDS explica que, apesar de contar com o apoio das estruturas locais, "não estão reunidas as condições de confiança" para poder ponderar uma candidatura. E explica porquê, apontando baterias à direção do partido, que já lançou o nome de Cristas para uma eventual candidatura a Lisboa (sem, no entanto, fechar o assunto com a ex-presidente do partido primeiro).
Assunção Cristas aponta, por isso, um "discurso contraditório" à direção de Francisco Rodrigues dos Santos: "Considera-me simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa", além de mostrar um "parco interesse" em falar com a própria Cristas, "num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado".
Além disso, Cristas discorda da própria estratégia do CDS "na negociação de uma coligação alargada com o PSD" para as autárquicas. Convencida de que o "centro e a direita" podem conquistar em outubro a câmara, Cristas defende uma coligação com "os partidos do espaço político da direita democrática que o desejem" e uma "forte presença de independentes", mas liderada pelo CDS. A razão? Os históricos 20,5% que conseguiu, como candidata a Lisboa, em 2017, nove pontos à frente do PSD.
A antecessora de Rodrigues dos Santos usa, aliás, o historial para fazer valer o seu ponto, lembrando que em 1979 o centrista Nuno Kruz Abecasis ganhou a Câmara numa coligação com o PSD que o CDS encabeçou, por ter ficado à frente na eleição anterior. "Se em 1979 a distância que na eleição anterior não chegou a quatro pontos percentuais determinou a liderança do CDS, em 2021 a diferença de quase onze pontos também o deve determinar", argumenta.
A Rodrigues dos Santos, a ex-líder deixa um desafio: o presidente do partido deve "construir essa coligação" e um "programa ambicioso e sólido" em conjunto, embora "até agora" isso não tenha "transparecido". Quando a Cristas, promete terminar o seu mandato e depois dedicar-se plenamente à sua vida profissional.
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