Vamos ter uma crise política em outubro? Socialista Francisco Assis admite que sim
Ana Baiao
Em entrevista ao “Público” e à “Renascença”, o presidente do Conselho Económico e Social admite que em outubro poderá ser o Governo a provocar eleições para “superar alguns impasses que existem no país”
Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, reconhece que poderá existir uma crise política em outubro, defendendo que "há sempre uma componente de estratégia política". Em entrevista ao "Público" e à "Renascença", Francisco Assis acredita, contudo, que não serão "as razões económicas e sociais a determinar uma eventual crise política que possa acontecer".
"Não acho que o fator económico e social, só por si, vá provocar uma crise política, mas admito que existam outros fatores que possam levar a isso", explicou, acrescentando que "pode até haver o entendimento de que a melhor maneira de superar alguns impasses que existem no país seja fazer eleições no final desta crise e eleger um novo Parlamento", a propósito da discussão do próximo Orçamento, em outubro.
Ao "Público" e à "Renascença", o presidente do Conselho Económico e Social falou também sobre Ana Gomes, candidata às presidenciais que apoiou publicamente, e sublinhou a importância da sua candidatura para a "esquerda democrática". "Há um elemento que não podemos ignorar: a boa votação do candidato do Chega. É uma votação que introduz dados novos e inquietantes na política portuguesa e que merecem análise profunda", acrescentou.
Já em relação a um possível apoio a Pedro Nuno Santos, caso este avance com a sua candidatura a secretário-geral do PS, Francisco Assis não dá certezas: "No momento em que se colocar essa questão, eu e todos os demais teremos de proceder a uma avaliação". E acrescenta que nunca criou grupos dentro do partido. "Confesso que tenho alguma dificuldade nesse tipo de vida partidária, a criar grupos, construir pequenos exércitos. É uma característica que tenho e que porventura me pode impedir - na altura impediu - de desempenhar determinadas funções."