Política

Iniciativa Liberal diz que nomeação de ex-diretora do SEF é "exemplo do clima de impunidade"

Iniciativa Liberal diz que nomeação de ex-diretora do SEF é "exemplo do clima de impunidade"
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

João Cotrim de Figueiredo condena que a ex-diretora do SEF, que demorou nove meses a assumir as suas responsabilidades no "contexto de um crime hediondo", seja agora "recompensada com uma nomeação para funções relevantes" no mesmo organismo

Iniciativa Liberal diz que nomeação de ex-diretora do SEF é "exemplo do clima de impunidade"

Liliana Coelho

Jornalista

O deputado da Iniciativa Liberal (IL) diz que a nomeação da ex-diretora do SEF, Cristina Gatões, para um novo cargo no organismo é "exemplo do clima de impunidade e desresponsabilização" que se vive no país.

João Cotrim de Figueiredo – que pediu em dezembro mais do que uma vez a demissão de Eduardo Cabrita – lamenta que Cristina Gatões, que demorou nove meses a assumir responsabilidades no "contexto de um crime hediondo", seja agora recompensada com uma "nomeação para funções relevantes como se de um prémio se tratasse".

"Quando o Estado falha não se assacam responsabilidades. Quando responsabilidades são apuradas, ninguém é punido e alguns são recompensados. A origem dos motivos pelos quais o Estado falha com crescente e preocupante regularidade está aqui. Não são os melhores que ocupam os cargos de maior responsabilidade, são os amigos do partido que se protegem mutuamente", acusa o líder dos 'liberais'.

Cotrim de Figueiredo reagia assim à notícia do "Diário de Notícias" que revela que Cristina Gatões foi escolhida para assessora da direção e para integrar um grupo de trabalho que terá a cargo a reestruturação dos vistos 'gold' no SEF, depois de se ter demitido em dezembro devido ao homicídio de Ihor Homeniuk.

Em dezembro, Cotrim de Figueiredo considerou que a demissão da diretora do SEF foi "tardia" e insistiu na saída do ministro da Administração Interna. Para o deputado único, a renúncia ao cargo de Cristina Gatões era insuficiente, cabendo também a Eduardo Cabrita assumir responsabilidades no caso, depois de assumida a indemnização. "Esta situação é exemplo de uma das marcas mais nefastas da governação socialista, a degradação do conceito de responsabilidade política. Resta saber também se oministro não assume também responsabilidades, sendo notório não ter condições para permanecer em funções".

"O terror e a tortura não podem ficar sem consequências", advogou o deputado da IL, referindo-se ao homicídio de Ihor Homenyuk no Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa alegadamente cometido por três inspetores do SEF, em março.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate