Chega exige ao MAI "cabal esclarecimento" sobre nomeação da ex-diretora do SEF

O Chega exigiu esta terça-feira ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, um "cabal esclarecimento" sobre a alegada contratação de Cristina Gatões, ex-diretora do SEF, para um novo cargo no organismo.

Em causa está a notícia do "Diário de Notícias" que revela que Cristina Gatões foi escolhida para assessora da direção e para integrar um grupo de trabalho que terá a cargo a reestruturação dos vistos 'gold' no SEF, depois de se ter demitido em dezembro na sequência da morte de Ihor Homeniuk.

"Tal nomeação não provocaria agora espanto entre os demais se o senhor ministro da Administração Interna não tivesse justificado, a 15 de dezembro, em sede de audição parlamentar na comissão de Assuntos Constitucionais, a demissão de Cristina Gatões com o facto de a mesma não reunir condições para liderar o SEF no quadro da reestruturação profunda que será desenvolvida neste organismo", afirma André Ventura.

São três as perguntas dirigidas pelo deputado do Chega ao MAI: Em primeiro lugar, se confirma a nomeação de Cristina Gatões como assessora da direção do SEF para a reestruturação dos vistos gold? Em caso afirmativo, quais foram os critérios da nomeação? Por último, Ventura questiona Eduardo Cabrita sobre se considera que esta "nomeação se coaduna com as declarações por ele prestadas aos deputados em comissão parlamentar".

Também no Twitter, Ventura não demorou a reagir à notícia do "DN", questionando por que razão Cristina Gatões deixou o SEF "por não ter condições para liderar" e depois é nomeada para assessorar esse mesmo organismo:"Somos ou não um país a brincar? Temos ou não um Governo inqualificável"?.

Esta não é a primeira vez que Ventura ataca o ministro da Administração Interna devido ao caso da morte de Ihor Homeniuk. Em dezembro, o deputado acusou Eduardo Cabrita de mentir e defendeu que o ministro "não tinha condições" para se manter em funções, após o homicídio do cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa. Durante a audição parlamentar, André Ventura questionou ainda se Eduardo Cabrita concordava com a fusão da PSP e do SEF, após as declarações de Magina da Silva nesse sentido. "Quem mentiu? O senhor diretor nacional da PSP, o Presidente da República ou o primeiro-ministro?", perguntou.