30 janeiro 2021 17:04
ana baiao
Ministro Pedro Nuno Santos diz que “não é sério” ler os resultados de Ana Gomes como se ela pudesse vencer e está disponível para ser visto como “derrotado”. Vieira da Silva defende resposta ao voto de protesto
30 janeiro 2021 17:04
As eleições presidenciais deram várias notas de leitura para os socialistas, quer a nível interno, para o futuro do partido, quer a nível externo: houve voto de protesto e é preciso responder aos problemas dos descontentes. Nem tudo foram rosas nos resultados de domingo à noite, apesar de o primeiro-ministro dizer que “todos os socialistas tiveram motivos para festejar”, seja os que votaram em Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes ou João Ferreira. Houve sinais de protesto e cansaço que saíram do voto que socialistas como Vieira da Silva, Pedro Marques e Pedro Nuno Santos defendem que não se devem ignorar.
Comecemos pelos sinais internos. O PS dividiu-se, sem grandes guerras intestinas, mas com posições veementes, que são uma antecâmara do que pode ser a disputa no PS pós-Costa. Enquanto 22 socialistas fizeram um manifesto de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, como Vieira da Silva ou Pedro Marques, Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro apoiaram Ana Gomes. “Obrigado por não deixar os socialistas sozinhos”, disse o ministro das Infraestruturas numa ação de campanha da candidata. No rescaldo eleitoral, várias leituras colaram o resultado da socialista, que conseguiu cerca de meio milhão de votos, à ala de Pedro Nuno: “Apoiei a candidata da minha área política, mas que todos sabiam ter muito poucas possibilidades de derrotar o atual Presidente. Não é sério fazer-se de conta que era possível vencer”, diz em conversa com o Expresso.