Política

Confinamento. E ao quarto dia, Governo afina as restrições

Conselho de ministros 2019
Conselho de ministros 2019
TIAGO MIRANDA

Os ministros irão reunir-se por videoconferência ao início da tarde. Ministro da Economia sinaliza que é preciso restringir circulação e contactos entre pessoas

Confinamento. E ao quarto dia, Governo afina as restrições

Liliana Valente

Coordenadora de Política

E ao quarto dia, tudo pode apertar. O Governo de António Costa vai reunir esta tarde por videoconferência - até porque há vários ministros a trabalhar a partir de casa - para decidir um afinar das regras que estão em vigor, mas não um agravamento geral das regras. O Conselho de Ministros esteve para ser de forma eletrónica, ou seja, apenas com os decretos a circular para serem aprovados, mas passou a haver uma reunião em concreto, com discussão.

A decisão de restringir a venda ao postigo ou à porta, para evitar aglomerados, é quase inevitável, mas pode haver mais dados em cima da mesa, como a abertura dos ATL de crianças até aos 12 anos. O Governo considera que as regras em vigor são as mesmas de março do ano passado - com quatro diferenças, escolas, tribunais, visitas a reclusos e a lares - e que é preciso passar a ideia que é preciso que as pessoas fiquem em casa.

Isso mesmo foi transmitido ontem pelo ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, no programa da SIC "Isto é gozar com quem trabalha", de Ricardo Araújo Pereira. Na conversa com o humorista, Siza Vieira defendeu que "não há outra forma de conseguir assegurar a capacidade de tratar os que precisam de cuidados que não seja restringir os nossos contactos e ficar em casa". "Temos mesmo de travar isto", reforçou.

O ministro carregou nas tintas ao dizer que neste momento "independentemente do que façamos" os serviços de saúde, que "são o fim da linha da nossa resposta, "estão a aproximar-se do limite". O ministro argumentou que as "únicas exceções adicionais" são as escolas, tribunais, visitas a lares e reclusos, mas que a perceção agora foi diferente. Na altura, recordou, havia mais "medo". "Onde antes tínhamos medo, agora fazemos piadas", disse.

O enfoque do Governo passar por tentar reduzir os aglomerados na rua, à porta de estabelecimentos. "O que dantes era uma exceção autorizada, fazer um passeio higiénico, era pouco utilizado. Agora fazer um passeio na vizinhança é interpretado como fazer um longo passeio junto ao rio na companhia de muitos amigos e sem máscara", disse.

"É esta atitude que temos de contrariar", finalizou. Como? Esta tarde se saberá o que vai o Governo alterar nas regras na tentativa de fazer cumprir o confinamento obrigatório.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate