Política

Marques Mendes. “O Governo deveria avaliar com muito mais rigor as exceções que criou”

Marques Mendes. “O Governo deveria avaliar com muito mais rigor as exceções que criou”

“A situação é dramática e ainda vai agravar-se”, afirma o comentador da SIC, que considera que “há exceções a mais”. Sobre a vacinação, Marques Mendes sugere à DGS que os principais governantes sejam incluídos no plano de vacinação

Luís Marques Mendes defende que o Governo deveria aproveitar a reunião do Conselho de Ministros extraordinário, convocado para segunda-feira, para fazer uma avaliação ao confinamento em vigor. “Recomendava ao Governo avaliar com muito mais rigor as exceções que criou e diminuí-las porque as pessoas estão a ter interpretações muito criativas”, defendeu este domingo, alertando para uma situação “dramática” no país. “Não há milagres e isto está a romper pelas costuras. Espero que o Governo seja mais rigoroso amanhã.”

O comentador da SIC deixou ainda duas outras notas negativas à atuação do Governo: o “facilitismo” no período do Natal ao aliviar as restrições e a “perda de tempo na tomada de decisões”, que “poderiam ter sido tomadas na semana anterior”, defende. “As medidas estavam prontas”, refere. “Em matéria de saúde, este tempo é uma eternidade. [Esperar] uma semana são mortes que poderiam ser evitadas e não foram.”

No entanto, o ex-líder social-democrata elogiou o Governo pela decisão de avançar com um confinamento e concordou com a decisão de não encerrar as escolas. “Acho essa exceção positiva”, frisou, apontando como razões o impacto que o fecho das escolas tem em termos educativos e sociais. “Parar as escolas em dois anos consecutivos é fatal. E para muitas crianças e jovens estar na escola é a oportunidade de ter uma refeição digna.”

Perante a gravidade da situação e o cenário de pré-catástrofe vivida em muitos hospitais, Marques Mendes frisa também a necessidade de “responsabilidade cívica” de cada pessoa. “As pessoas têm o dever de cumprir e não facilitar ou relaxar.”

Governantes no plano de vacinação

Marques Mendes confirmou que a vacinação da covid-19 vai ficar concluída até ao final do mês de fevereiro nos lares e unidades de cuidados continuados. “Até ao final deste mês chegam mais 128 mil doses da Pfizer, embora já com uma redução, e 11 mil da Moderna”, afirmou, lembrando que a AstraZeneca já enviou resultados dos últimos ensaios clínicos à Agência Europeia do Medicamento, um passo importante para que a vacina venha a ser distribuída.

O comentador defendeu também que o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, a ministra da Saúde e outros ministros devem ser vacinados prioritariamente. “Não é uma questão de privilégio, é uma questão de normalidade. Deu-se prioridade aos profissionais de saúde porque estão na linha da frente”, explicou. “Faria um apelo à diretora-geral da Saúde para que tome essa decisão rapidamente no plano técnico de vacinação. Estará a prestar um serviço ao país.”

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