André Ventura já formalizou a sua candidatura a Belém, reafirmando que o objetivo principal é "enfrentar o regime" e disputar uma segunda volta com Marcelo Rebelo de Sousa. "É objetivo desta candidatura enfrentar o sistema, enfrentar o regime. Esta é a primeira candidatura anti-regime desde o 25 de Abril e eu penso que todos os dados apontam que vamos ter um excelente resultado em janeiro", afirmou o candidato do Chega.
O líder do Chega falava à saída do Tribunal Constitucional onde entregou entregou 10.250 mil assinaturas para formalizar a sua candidatura a Belém. Acompanhado pelo novo mandatário nacional do Chega para as Presidenciais, Rui Paulo Sousa – que sucedeu no início do mês a Patrícia Sousa Uva – o candidato apoiado pelo partido considerou à saída do TC que ao contrário do que sucedeu durante a fundação do partido,
"O processo está entregue. As irregularidades que tivemos foram e estão a ser objeto de investigação e isso seguirá os seus termos. Hoje entregámos cerca de 10.250 assinaturas com certidão da junta de freguesia, o que é também uma diferença muito grande
em relação ao processo. Não creio que não vamos ter nenhum contratempo", acrescentou.
Questionado sobre se irá jurar a Constituição que pretende alterar, o candidato do Chega disse não ter alternativa, sendo que dentro dos mecanismos que a Constituição prevê procurará alterá-la "dentro do possível, da influência que um Presidente da República pode ter". "Não há outra hipótese, a outra alternativa era uma mudança agressiva do regime", insistiu.
Confrontado sobre a provável reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa na primeira volta, como apontam as mais recentes sondagens, André Ventura disse não acreditar nesse cenário, sublinhando que a votação do atual Presidente da República não deverá chegar aos 50%. "Acredito que vou ficar em segundo lugar para uma segunda volta e que pela primeira vez se verá a força dos portugueses que estão cansados com este regime"
Trata-se do terceiro candidato a entregar as assinaturas necessárias para formalizar a candidatura a Belém, depois de Marisa Matias ter apresentado também hoje 12 mil assinaturas. O primeiro foi o candidato comunista João Ferreira que entregou no passado dia 10 de dezembro as 15 mil assinaturas angariadas pelo partido, o número máximo necessário.
Também o candidato liberal Tiago Mayan Gonçalves angariou 10 mil assinaturas para formalizar a candidatura presidencial, anunciou a Iniciativa Liberal (IL) na V Convenção do partido realizada no sábado passado. O candidato apoiado pelo partido de João Cotrim de Figueiredo só aguarda a conclusão do processo de verificação pelas juntas de freguesia para entregar as assinaturas no TC.
André Ventura foi acompanhado esta sexta-feira pelo novo mandatário nacional para as Presidenciais, Rui Paulo Sousa. Recorde-se que, no início do mês, Patrícia Sousa Uva se demitiu do cargo de mandatária do Chega para as Presidenciais, na sequência de críticas ao processo de recolha de assinaturas para viabilizar a candidatura de André Ventura a Belém.
A distrital do Porto demorou a entregar as assinaturas recolhidas porque alegava não confiar em Patrícia Sousa Uva, acabando por entregá-las ao vice-presidente Nuno Afonso. Além de não se ter sentido defendida pela direção do Chega, Patrícia Sousa Uva demitiu-se por discordar da lei da rolha imposta a militantes e dirigentes, em vigor desde o dia 2 de dezembro.
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