Política

TAP, tudo ou nada. Governo leva reestruturação a votos no Parlamento. “Se chumbar é o fim”, diz Marques Mendes

TAP, tudo ou nada. Governo leva reestruturação a votos no Parlamento. “Se chumbar é o fim”, diz Marques Mendes

No habitual comentário na SIC, Marques Mendes avança que o plano de reestruturação da TAP, que terá que ser apresentado a Bruxelas até à próxima quinta-feira, será votado depois pelos deputados. “Se for chumbado é o fim da TAP”, diz o ex-líder do PSD

TAP, tudo ou nada. Governo leva reestruturação a votos no Parlamento. “Se chumbar é o fim”, diz Marques Mendes

Liliana Coelho

Jornalista

Luís Marques Mendes avisa que o dossier da TAP vai tornar-se ainda "mais quente", uma vez que o plano de reestruturação da companhia aérea irá a votos no Parlamento, após ser aprovado pela Comissão Europeia. "Acho que é uma decisão correta, mas é arriscado. Como o Governo não tem maioria no Parlamento se o plano for chumbado, é o fim da TAP", vaticinou o antigo líder social-democrata, no seu habitual espaço de comentário na SIC.

De acordo com Marques Mendes, o Governo já comunicou ao PSD, enquanto maior partido da oposição, da sua intenção relativamente ao plano de reestruturação da TAP que terá que ser apresentado até à próxima quinta-feira a Bruxelas.

Para o ex-líder do PSD, a decisão do Executiva vai no sentido certo, uma vez que o plano vai exigir dinheiro do Estado até 2023, mais mil milhões de euros já no próximo ano. "Portanto, é melhor definir as regras desde o começo", observou.

Admitindo que a TAP terá que se transformar numa companhia aérea "maioritariamente privada", "mais pequena e mais equilibrada", após sucessivos anos de prejuízos agravados agora pela pandemia, Marques Mendes defendeu que o Estado deve garantir apenas o serviço público através de ligações com as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e a "diáspora portuguesa".

Relativamente aos alertas dos sindicatos, Marques Mendes reconheceu que há motivos face ao custo social da reestruturação da TAP, mas frisou que a tolerância dos portugueses para com a companhia já acabou. "O plano é duro, eu percebo os sindicatos. Mas a Comissão Europeia pode considerar que tem que ser ainda mais duro e até pode exigir a liquidação da TAP", reforçou.

Durante muitos anos, sublinha Marques Mendes, a TAP era "uma espécie de vaca sagrada", havia uma "grande tolerância, o Estado metia dinheiro na TAP e ninguém se importava". No entanto, dado que TAP nos últimos 11 anos "só teve lucros uma única vez, em 2017", tendo registado prejuízos mesmo em 2018 e 2019 quando se assinalou no país um "boom do turismo", terminou assim a margem de tolerância para com a empresa.

Recorde-se que Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) realiza esta segunda-feira uma Assembleia extraordinária para discutir ações, após ter apelado ao Governo para que se negoceie com Bruxelas o adiamento da apresentação do Plano de Reestruturação da TAP.

Na sexta-feira, a Iniciativa Liberal (IL) requereu audições parlamentares "com carácter de urgência" dos sindicatos, do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da TAP, no âmbito do Plano de Reestruturação da companhia aérea, enquanto o Bloco de Esquerda (BE) avançou no mesmo dia com outro requerimento para que o plano seja apresentado no Parlamento "em tempo útil" pelo ministro das Infraestruturas, de forma a poder ser "escrutinado" pelos deputados.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate