Francisco Rodrigues dos Santos nem quer ouvir falar de alianças com a Chega. "O CDS não fará alianças políticas com o partido Chega. Não fará certamente coligações com o Chega", afirma o presidente dos democratas-cristãos, numa entrevista publicada este sábado pelo "Sol".
Todavia, não descarta que o Chega possa vir a viabilizar no Parlamento uma maioria de centro-direita, usando a fórmula dos Açores como exemplo: "O CDS não rejeita um voto pela sua origem. Se servir para o CDS aplicar as suas propostas e fazer valer as suas ideias e os seus valores, estamos disponíveis para o receber."
Reafirmando estar empenhado em "salvar" o partido, Rodrigues dos Santos garante estar disponível para reeditar a Aliança Democrática, que uniu o PSD, o CDS e o PPM e renova o repto lançado a Rui Rio: "Se se entender que esse é o caminho para que o bloco da direita some o maior número de deputados, para que não se desperdicem votos e para que haja um projeto reformista para Portugal, creio que o CDS não dirá que não."
Apesar dos vários remoques ao Governo pela gestão da pandemia e pelo "canto do cisne" que diz ser o Orçamento do Estado, Rodrigues dos Santos recusa perspetivar o fim precoce da legislatura.
Na entrevista ao semanário, o líder máximo dos democratas-cristãos reitera a vontade de ter um acordo o mais amplo possível com o PSD para as autárquicas e defende que Assunção Cristas seria um "peso-pesado" para voltar a enfrentar Fernando Medina em Lisboa, sobretudo com "o apoio alargado" das forças de direita.
Os críticos internos, esses, também não ficam sem resposta. "Aqueles que querem tratar da sua vidinha e dos seus negócios, fazer uma política de interesses ou de manutenção do statu quo, mesmo que isso não sirva os interesses do partido, não contam comigo", assegura Rodrigues dos Santos.
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