Política

Novo Banco. PS fala em “arranjinho” e acusa PSD e BE de mentirem

Novo Banco. PS fala em “arranjinho” e acusa PSD e BE de mentirem
Marcos Borga

Para os socialistas, a aprovação da medida do Bloco de Esquerda é uma "bomba atómica" para o sistema financeiro.

Novo Banco. PS fala em “arranjinho” e acusa PSD e BE de mentirem

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Na ressaca da aprovação do Orçamento do Estado e da norma que trava a transferência de €476 milhões do Fundo de Resolução para o Novo Banco, o PS atira-se a bloquistas e sociais-democratas: "O PSD e o BE mentem sobre a proposta que ontem aprovaram no Parlamento. Mentem quando dizem que permite ao Estado português a injeção no Novo Banco após a chegada da auditoria. Não foi essa a proposta aprovada", disse, numa mensagem gravada em vídeo o vice-presidente da bancada parlamentar socialista, João Paulo Correia.

Isto quer dizer que, quando chegar a data para injetar dinheiro no banco - alegadamente quando for conhecida a auditoria do Tribunal de Contas -, será necessário o Governo apresentar um Orçamento retifictivo. Num artigo na sua coluna de opinião no Expresso, Francisco Louçã chegou a equacionar essa possibilidade (o retificativo seria depois aprovado com o PSD), uma proposta que fontes do Governo consideraram "bizarra".

No vídeo, João Paulo Correia alega que a proposta é um "arranjinho" entre os dois partidos e que tem um efeito "imediato e catastrófico" ao impedir o "Fundo de Resolução de transferir o montante necessário para o Novo Banco". "Que fique bem claro: ao contrário de 2019 e 2020, o montante em causa não vem dos contribuintes, não vem de receitas de impostos", referiu.

Esta foi, aliás, uma norma negociada entre o Governo e o Bloco de Esquerda. Para responder a essa reivindicação, o Executivo conseguiu um acordo com os bancos para que a injeção não fosse com dinheiro público, mas através de um empréstimo contraído junto dos bancos.

Mas os efeitos desta medida são, para o PS, mais graves do que a medida em si. Têm efeitos futuros: "O que aconteceu ontem foi uma bomba atómica no setor financeiro. Gera desconfiança", disse. "Isto tem custos, representará custos para o nosso país", argumenta o deputado socialista. O vice-governador do Banco de Portugal e responsável pelo Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, já tinha dito em setembro que a não injeção do dinheiro no banco seria um "desastre total".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt

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