A “verdadeira dicotomia” na UE, segundo Costa: “união de valores fundamentais” ou “instrumento para gerar valor económico”?

Jornalista
A execução do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e do programa de recuperação e resiliência, o reforço da autonomia estratégica e a liderança europeia na transição climática e digital são três aspetos fundamentais da presidência portuguesa da União Europeia (PPUE), que arranca a 1 de janeiro. O primeiro-ministro, que os enunciou esta segunda-feira na Universidade Católica, em Lisboa, lembrou as incógnitas que a PPUE enfrenta, designadamente a perspetiva de um pós-Brexit “traumático” e o bloqueio à aprovação do QFP e do programa de combate à crise provocada pela pandemia de covid-19, protagonizado pela Hungria e pela Polónia, “bloco a que se juntou a Eslovénia”.
Outra marca da presidência portuguesa será, espera António Costa, “o desenvolvimento do Pilar Europeu dos Direitos Sociais”, com a Cimeira Social de 7 e 8 de maio no Porto. “O modelo social europeu tem de ser a base da confiança do conjunto da sociedade”, sublinhou António Costa, reconhecendo que as transições têm custos. “Há uma enorme angústia” porque os postos de trabalho criados pelas transformações “não serão para as mesmas pessoas”, o que tem alimentado “correntes populistas e nacionalistas com vertentes xenófobas e iliberais”. Torna-se pois necessário “reforçar a confiança das pessoas para combater o medo”, além de “reforçar as qualificações para capacitar todos, investir mais na investigação para melhorar a competitividade das empresas e reforçar a proteção social para garantir que ninguém fica para trás”, destacou.
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