Política

Estado de emergência. Parlamento anuncia grupo de trabalho para definir regras de funcionamento

Estado de emergência. Parlamento anuncia grupo de trabalho para definir regras de funcionamento
Marcos Borga

Regras de funcionamento de março poderão voltar a entrar em vigor no Parlamento. Proposta de Ferro Rodrigues será analisada por um grupo de trabalho liderado por Edite Estrela

Estado de emergência. Parlamento anuncia grupo de trabalho para definir regras de funcionamento

Liliana Coelho

Jornalista

O Parlamento vai criar um grupo de trabalho para analisar as regras de funcionamento durante o estado de emergência. A decisão foi tomada esta terça-feira durante a conferência de líderes, depois de Ferro Rodrigues ter sugerido aos grupos parlamentares o regresso aos moldes de funcionamento aplicados em meados de março, durante o primeiro período do estado de emergência.

"Esse grupo de trabalho será presidido pela vice-presidente do Parlamento e deputada Edite Estrela que até à próxima segunda-feira deverá apresentar a análise da proposta desse mesmo grupo ao senhor presidente da Assembleia da República", anunciou a porta-voz da conferência de líderes parlamentares, Maria da Luz Rosinha.

De acordo com a deputada socialista, tendo em conta a "gravidade da situação" da pandemia e a "importância" dada a este assunto por Ferro Rodrigues, caberá ao grupo de trabalho avançar com o "aprofundamento do modelo de funcionamento da Assembleia da República".

A proposta de Ferro Rodrigues prevê que os plenários se passem a realizar apenas uma vez por semana e com o quórum de funcionamento de 1/5 dos deputados, à semelhança do que aconteceu no início da pandemia. O objetivo é permitir que a Assembleia da República possa continuar a funcionar com estes ajustamentos, tal como aconteceu nos anteriores períodos de estado de emergência, de forma a diminuir os riscos de contágio pelo novo coronavírus entre deputados e funcionários.

Outra das medidas propostas for Ferro Rodrigues consiste na possibilidade de o Parlamento recorrer a testes rápidos de antigénio no quadro de "uma vertente de rastreio e de diagnóstico, com vista a detetar atempadamente eventuais casos e diminuir a probabilidade da ocorrência de surtos".

Caso avancem estas serão adicionais ao Plano de Contingência do Parlamento, que foi anunciado pelo presidente da AR no início da pandemia, à acompanhar o estado de emergência no país. Na altura, Ferro Rodrigues alegou que o Parlamento enquanto órgão de soberania não podia suspender os trabalhos num "momento de total urgência", sublinhando que cabe à AR garantir um "acompanhamento permanente" da evolução da covid-19 e como fiscalizar a ação do Governo em "total respeito pela Constituição". "A Assembleia da República deve dar o exemplo pelo trabalho e pela prevenção", defendeu.

Entre meados de março até meados de maio, o Parlamento funcionou com restrições no âmbito do estado de emergência, tendo retomado progressivamente a quase normalidade após a primeira vaga de covid-19. Desta vez, as novas regras deverão manter-se pelo menos até ao fim do quarto estado de emergência, a 23 de novembro, que se prevê que seja renovado após 15 dias.

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