Depois da crispação pública, a negociação em privado trouxe desenvolvimentos. Bloco de Esquerda ficou de analisar novas propostas do Governo sobre a nova prestação social, mas ainda espera pelo articulado definitivo.
Coordenadora de Política
Jornalista
Nas mais de quatro horas de reunião desta terça-feira à noite entre o Governo e o Bloco de Esquerda houve "avanços", sinalizados por ambas as partes, e entraves a um acordo, que continuam inultrapassáveis. Das quatro matérias principais em cima da mesa, houve propostas do Governo sobre duas: a nova prestação social, que passa a abranger mais pessoas, apurou o Expresso, e a contratação de pessoal para o Serviço Nacional de Saúde. Não há mexidas no polémico financiamento ao Novo Banco e nada de acrescentos, pelo menos para já, às mudanças nas leis laborais, que são matéria extra orçamental.
Do lado do Governo, espera-se que as novas propostas permitam ao BE ficar com ganhos de causa, viabilizando o Orçamento do Estado. Do lado do BE fala-se em "avanços", mas guarda-se o jogo; por um lado, porque os entraves têm a ver com linhas vermelhas também assumidas como essenciais, de forma pública e repetida; por outro, porque as várias das novas propostas foram formuladas oralmente e o partido ainda tem dúvidas sobre a sua aplicação real. Para já, os bloquistas, que já reuniram o seu secretariado nacional esta manhã, continuam a analisar as novas propostas e esperam que o Governo envie o respetivo articulado, sem data para reagir. Depois da guerra pública, todos entram em resguardo negocial.
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