Política

Bastonário dos Médicos diz que Orçamento não reflete "trabalho notável" dos profissionais de Saúde

Bastonário dos Médicos diz que Orçamento não reflete "trabalho notável" dos profissionais de Saúde
ANTONIO COTRIM/LUSA

Miguel Guimarães lamenta que o Orçamento do Estado para o próximo ano não considere os médicos como uma "profissão de risco e de desgaste rápido" e não reflita a "valorização" dos profissionais de Saúde

Bastonário dos Médicos diz que Orçamento não reflete "trabalho notável" dos profissionais de Saúde

Liliana Coelho

Jornalista

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que o Orçamento do Estado para 2021 não responde às reais necessidades do sector da Saúde. Na audiência que teve hoje em Belém, o representante dos médicos aproveitou para manifestar as suas preocupações em relação ao documento, nomeadamente o facto de o Orçamento não incluir nenhuma referência às carreiras dos médicos.

"Não há nada que se refira às carreiras dos vários profissionais, nomeadamente à carreira médica, uma falha grave na nossa opinião neste Orçamento do Estado, entre muitas outras que poderiam desde já ser incluídas e estarem referidas no OE, como, por exemplo, considerar a profissão de médico uma profissão de risco e de desgaste rápido", afirmou Miguel Guimarães aos jornalistas após a reunião com o Chefe de Estado.

Admitindo que o atual contexto da pandemia era altura para o Governo reconhecer a importância dos profissionais de Saúde, o bastonário observou que é insuficiente o subsídio de risco previsto para todos os médicos e enfermeiros que estão na linha da frente do combate à Covid-19.

"Este era o momento certo. Em vez de estarem com incentivos para as pessoas que estão na linha da frente, que nós não sabemos bem quem está na linha da frente e quem está na retaguarda. Neste momento todos os profissionais de Saúde fazem o seu papel da melhor maneira possível, uns a fazer uma determinada função, outros a fazer outra função. Mas todos a tratar dos doentes, a tratar dos portugueses", acrescentou.

Segundo o bastonário, os profissionais de Saúde fizeram um "trabalho notável durante esta pandemia, estão neste momento a fazer um trabalho notável e vão continuar a fazer porque nunca vão desistir". "Colocam sempre os doentes em primeiro lugar e isso não transparece neste Orçamento do Estado", insistiu.

Na segunda-feira, Miguel Guimarães já tinha adiando que iria também discutir com o Marcelo Rebelo de Sousa as suas preocupações relativamente à gripe sazonal, alertando que "a vacinação parece, novamente, estar atrasada" o que é "muito mau nesta altura".

O bastonário dos Médicos manifestou-se também satisfeito com o facto de o Presidente da República ter agendado audiências com representantes de várias instituições e especialistas de saúde no âmbito da pandemia, ao contrário da ministra da Saúde, Marta Temido. Na opinião de Miguel Guimarães, numa "altura crítica para o país" é fundamental que que os governantes tirem "partido do conhecimento" de pessoas de diversas áreas, apontando o dedo à tutela.

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