Não terá havido tema, durante a semana passada, mais polémico do que a proposta do Governo de transformar em obrigatória a aplicação Stayaway Covid. Na entrevista à TVI, o primeiro-ministro anunciou o recuo do Governo ao referir que foi pedido a Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, para reagendar a proposta de discussão. Um reagendamento que pode ficar para as calendas, apesar de o primeiro-ministro defender que se deveria debater como tornar a aplicação mais eficaz.
Para já, António Costa quer "resolver" a questão das máscaras, deixando para depois o debate sobre a obrigatoriedade da aplicação. Como há uma proposta do PSD para tornar as máscaras obrigatórias na rua por quatro meses, António Costa defendeu que se deveria fechar já esse capítulo: "Vamos já resolver o problema das máscaras. Quanto ao outro tema, vamos debater", disse.
Apesar das críticas, Antonio Costa defende a segurança da aplicação, dizendo que esta até foi mais descarregada e logo numa fase em que a pandemia está "numa fase ascendente" que "vai continuar nas próximas semanas".
Mesmo assumindo que "não há previsão" sobre quando pode ser atingido o pico da segunda vaga, António Costa reafirma que não quer voltar a fechar o país pelo custo social e económico que a medida teve na Primavera: "É impensável recorrermos a um confinamento geral" e "tudo está dependente dos comportamentos que nós temos".
Os olhos postos estão agora no Natal. Costa não quer fazer o mesmo que fez na Páscoa, de impedir saídas para outros concelhos, mas fez um apelo: "Temos de crer que temos de nos organizar de forma distinta no Natal", disse.
E voltar ao estado de emergência? "Não é um cenário que esteja em cima da mesa", reforça, assinalando que tem corrido muito bem a relação com o Presidente da República.
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