Política

App anticovid e máscaras na rua obrigatórias. E Costa, gosta? “Não, não gosto” (mas não quer novo confinamento)

App anticovid e máscaras na rua obrigatórias. E Costa, gosta? “Não, não gosto” (mas não quer novo confinamento)
TIAGO MIRANDA

Em Bruxelas para apresentar plano de Costa Silva, Costa assumiu não gostar das medidas impostas mas não encontra alternativa para evitar novo confinamento

App anticovid e máscaras na rua obrigatórias. E Costa, gosta? “Não, não gosto” (mas não quer novo confinamento)

Filipe Garcia

Editor-adjunto de Política

António Costa odeia ser autoritário, mas não vê alternativa. Em Bruxelas para o Conselho Europeu, o primeiro-ministro começou a manhã a entregar o Plano de Recuperação e Resiliência a Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, mas no final, perante os jornalistas, a conversa acabou por se centrar nas medidas ontem anunciadas para o controlo da pandemia. E Costa defendeu-se.

"Odeio ser autoritário, mas temos de controlar esta pandemia. Ou o fazemos agora ou dentro de algumas semanas vamos estar numa situação pior. Temos de estancar a pandemia neste momento", disse o primeiro-ministro. "Também é autoritário manter os bares encerrados e também o foi impedir as pessoas de sair do concelho na Páscoa. Teremos de ser menos autoritários quanto mais as pessoas sentirem que têm de ter o empenho que tiveram no inicio da pandemia".

Para o primeiro-ministro só há dois caminhos para, nesta altura, controlar a "evolução grave" da pandemia: "repetir o que fizemos em março e abril" ou alterar os comportamentos dos portugueses. E se voltar a fechar o país deve ser evitado a todo o custo, só resta uma alternativa. "Apelar à responsabilidade social e alterar os nossos comportamentos", disse Costa, deixando um apelo claro: "É preciso recuperar a mobilização que tivemos no início da pandemia".

Para já ficou a "viva" recomendação para que os portugueses usem máscara na rua e instalem a app, mas a caminho do parlamento está a lei que o poderá tornar obrigatório. E António Costa gosta desta medidas? "Não, não gosto". "Era preciso fazer este debate e a Assembleia da República é a entidade que constitucionalmente pode tomar decisões nesta matéria. Seria irresponsável da minha parte não agir", disse.

"Não gosto destas soluções e se não as achasse autoritárias já as teria imposto mais cedo. Mas há uma coisa que constato: a pandemia está a crescer porque tem havido um relaxamento das pessoas. O debate tem de ser feito". Sobre a StayAway Covid, Costa voltou a garantir o anonimato de quem a instala e a afirmar que "não há qualquer violação de proteção de dados", mas lá foi assumindo que só poderá obrigar a sua instalação a "quem tiver condições para o fazer". "É sobretudo um sinal: a pandemia não passou, não é uma inevitabilidade e este crescimento só ocorre se cada um de nós não adotar os comportamentos que tem de ter".

Medidas no terreno em 2021

Se em Portugal os números nunca estiveram tão altos, o primeiro-ministro lembrou que o fenómeno está a acontecer por toda a Europa e, afinal, o acordo até poderá ser mais fácil que o esperado. "Estamos numa situação drasticamente diferente da que estávamos em julho quando alguns países achavam, talvez por graça divina, que estavam imunes à pandemia. Hoje todos estão a ser muito atingidos e todos sentem urgência em ter este programa aprovado. Não vejo como possa não haver vontade política", disse o primeiro-ministro, garantindo que Portugal já está em condições para "começar a trabalhar com os serviços técnicos da comissão sobre os projetos, os montantes e as prioridades definidas."

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