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Novo Banco pressionado para pedir menos dinheiro

Novo Banco pressionado para pedir menos dinheiro
FOTO JOSÉ CARLOS CARVALHO

Governo e BE ainda não desfizeram o impasse. Se Novo Banco precisar de menos dinheiro, contribuição da banca pode ser suficiente

Novo Banco pressionado para pedir menos dinheiro

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Novo Banco pressionado para pedir menos dinheiro

Isabel Vicente

Jornalista

Novo Banco pressionado para pedir menos dinheiro

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Durante a última semana, têm sido muitas as tentativas para ultrapassar o entrave à nova injeção de capital no Novo Banco. Do Governo ao próprio Bloco de Esquerda, têm sido postas várias soluções e ideias em cima da mesa, nenhuma delas com fumo branco até agora. Enquanto o BE quer que o negócio seja feito diretamente entre bancos — sem envolver o Fundo de Resolução —, no Governo surgiu a ideia de o Novo Banco pedir menos dinheiro ao Fundo de Resolução no próximo ano: esta verba deverá rondar os €450 milhões no máximo, ou seja, metade dos €900 milhões disponíveis. Com esta operação, seria possível que a injeção fosse paga pelas contribuições anuais da banca e ou acrescentando um empréstimo dos bancos, mas de menor montante. Esta pressão para que o pedido seja de valor mais reduzido já tinha sido feita pelo Fundo de Resolução e pela comissão de acompanhamento.

Uma solução desta natureza resolveria, em parte, a negociação com a banca — dado que seria paga quase na totalidade pelas contribuições que os bancos já têm de fazer —, mas não a questão política: o BE também não aceita uma transferência do Fundo de Resolução, porque pesa nas contas públicas. Dos dois lados há lamentos de que este está a ser um dossiê “muito difícil”. Na quinta-feira, a delegação bloquista esteve reunida com João Leão até às duas da manhã, mas saiu sem ficar convencida com os argumentos do Executivo, que acredita serem tentativas de iludir o problema principal: o facto de estar envolvida uma garantia pública. Do lado do Governo, diz-se que está a ir ao encontro do que foi posto em cima da mesa pelo BE — a exigência de não injetar nem mais um cêntimo do Orçamento no Novo Banco —, daí a solução política de ser a banca a emprestar. “É isso que estamos a tentar, que o Estado não empreste ao Fundo de Resolução”, disse ontem Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Mariana Mortágua respondeu, minutos depois, que a solução do Governo era “muito difícil de aceitar”.

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